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1º dia de julgamento do goleir

1º dia de julgamento do goleiro Bruno é marcado por atraso e tumulto.

Publicada em 20 de Novembro de 2012 �s 01h37


 O primeiro dia do julgamento do caso Eliza Samudio foi marcado por tumulto, atrasos, abandono de advogados e apenas uma testemunha ouvida. A sessão no fórum de Contagem, na região metropolitana de BH, que estava prevista para começar às 9h, só foi iniciada por volta das 12h.

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Júri do goleiro Bruno terá seis mulheres e um homem
Veja página especial do julgamento do goleiro Bruno

O julgamento será retomando amanhã, a partir das 9h, com os depoimentos das delegadas Alessandra Wilker e Ana Maria Santos, responsáveis pelas investigações.

O tempo de 20 minutos dado pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues para a defesa de cada réu apresentar as considerações preliminares causou revolta nos advogados. A confusão fez com que o julgamento fosse interrompido para o almoço, pouco mais de uma hora de ter começado.

Na volta, os advogados de defesa de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, Ércio Quaresma e Zanone Oliveira, deixaram o julgamento por não concordarem com o prazo estabelecido pela juíza.

"Não temos a menor condição de trabalhar no julgamento em que a defesa é cerceada", disse Quaresma --advogado que, durante a fase de instrução do processo, dormiu e chegou a roncar, sendo advertido pela juíza.


O promotor Henry Wagner de Castro foi o primeiro a falar logo após a retomada do julgamento e classificou o abandonado dos defensores de Bola como "desacato" ao colocar a juíza em "descrédito público".

Ele também pediu para que as fotos pornográficas de Eliza que estão no processo fossem retiradas dos autos. A juíza atendeu parte do pedido.

EX-MOTORISTA

Em depoimento, Cleiton da Silva Gonçalves, ex-motorista de Bruno, confirmou que ouviu Sérgio Rosa Sales, primo do goleiro, dizer que Eliza "já era" e que seu corpo havia sido jogado para cães.

A declaração foi dada após ele ter sido questionado pelo promotor de acusação Henry Castro. Gonçalves também confirmou a ordem que Macarrão deu para lavar a Land Rover do jogador com óleo diesel. Mas negou ter visto manchas de sangue no veículo.

Ele também confirmou o teor os depoimentos anteriores que deu à polícia e minimizou boa parte de suas falas ao consumo de bebida alcoólica e, também, o fato de ter ficado algemado sem motivo por nove horas.

Mais cedo, Marcos Aparecido dos Santos, Bola, e Luiz Henrique Romão, Macarrão, deixaram o fórum.

Macarrão passou mal e foi dispensado da sessão pela juíza Marixa Rodrigues. Já Bola foi retirado do plenário após seus advogados de defesa se retirarem do julgamento e ele ter recusado a indicação de um defensor público. Com isto, a juíza decidiu desmembrar o processo e dar um prazo de dez dias para que ele contrate novos defensores. A nova data do julgamento de Bola ainda não foi marcada.

PLENÁRIO

O plenário onde ocorre o julgamento fica no subsolo do fórum e por conta da ausência de ventiladores, o local é quente e abafado.

Magro e com os cabelos curtos, o goleiro Bruno Fernandes usava o uniforme laranja do sistema prisional. Ele ficou sentado ao lado da ex-mulher Dayanne, que usava uma roupa branca.

Fernanda, então namorada do goleiro a época do crime, ficou logo atrás de Dayanne. Ela estava de preto e usava óculos branco.

JULGAMENTO

O goleiro Bruno chegou ao fórum por volta das 8h45, junto com seu ex-secretário Luiz Henrique Romão, o Macarrão.

Segundo o promotor Henry Wagner de Castro, o julgamento deve durar de duas a três semanas.

Bruno e Macarrão vão ser julgados por homicídio, ocultação de cadáver, sequestro e cárcere privado de Eliza. Todos os réus negam a existência do crime, já que o corpo nunca foi encontrado.

O julgamento de Bola foi desmembrado do caso e ocorrerá em uma outra data.

Também vão ser julgados por sequestro e cárcere privado a ex-mulher de Bruno, Dayanne Souza, e a ex-namorada Fernanda Castro.

Eliza teria morrido porque queria que o ex-goleiro do Flamengo pagasse pensão para o filho, que até então ele não reconhecia. Em um vídeo feito em 2009, quando ainda estava grávida, ela dizia que Bruno ameaçou matá-la se ela não abortasse.

PICHAÇÃO

Em um muro de uma escola nas imediações do fórum, foi pichado a seguinte frase: "Bruno, me diga com quem tu andas que eu te direi quem tu és".

O fórum foi todo isolado. Somente pessoas credenciadas podem entrar, já que o local é acanhado, com pouca estrutura para acomodar as pessoas. A sala do Tribunal do Júri fica localizada no subsolo.

Por conta dessa dificuldade de estrutura, os muitos advogados discutiam entre eles por causa de lugar e reclamavam com a juíza da falta de tomada para ligar computadores.

Érico Quaresma, advogado do ex-policial Bola, reclamou das 53 credenciais para a imprensa, um para cada veículo, e as 20 credenciais para estudantes de direito, contra apenas 12 credenciais para os parentes --dez dos réus e dois da vítima. Os outros 120 lugares são completados por juízes, promotores e advogados.

Tags: Eliza Samudio - goleiro Bruno

Fonte: uol �|� Publicado por: Da Redação
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