A agência dos Correios localizada na Rua 13 de Maio, Zona Sul de Teresina foi assaltada na manhã dessa terça-feira e os bandidos trocaram tiro com a polícia antes da fuga.
O gerente da agência, Bernado Fortes, afirmou que o assaltante queria matá-lo caso desse errado a abertura do cofre. "Eu fiquei muito nervoso com medo de alguma coisa dar errado. O assaltante não foi ignorante comigo, mas se alguém alertasse a agência central ele me mataria", falou.
O gerente ficou muito abalado e chegou a chorar após a fuga dos assaltantes. Os bandidos estavam em uma motocicleta, sendo que um ficou do lado de fora. O que entrou na agência já foi identificado, sendo um homem moreno de 1,70m, de 20 a 25 anos. Além dos R$ 20 mil dos cofres eles levaram R$ 800 que estavam com um supervisor.
O funcionário Cleiton Rodrgues disse que os assaltantes mandaram todos deitarem no chão e jogarem seus celulares. "Eles provocaram pânico ameaçando todo mundo", contou.
O assaltante chegou a determinar para que os funcionários retirassem a bateria de seus celulares e que só queriam roubar "o dinheiro do governo".
Cerca de 40 funcionários estavam no momento da ação criminosa.
Um dois assaltantes pulou o balcão e foi logo apontando a arma para a atendente. Perguntou onde eram os alarmes e ameaçou, "se apertar o botão, morre!".
Sem câmeras, portas giratórias com detector de metal e segurança armado, trabalhadores e clientes dos Correios estão entregues nas mãos dos bandidos.
O assaltante rendeu os atendentes, todos os clientes e cerca de 40 carteiros que trabalhavam na triagem, nos fundos da agência, onde funciona o CDD Sul. Mandou todo mundo deitar no chão e avisou: "não queremos dinheiro de funcionário, só o do governo!".
Um dos homens levou o gerente substituto até a sala do cofre. Sob a pressão de um 38, cano longo, apontado para a cabeça, o funcionário digitou o código. “Se esse cofre aqui não abrir, a parada é contigo!”, ameaçava o bandido, enquanto esperava 15 minutos até que a trava de segurança do cofre abrisse.
Os assaltantes foram e no fim ficou o medo De fato, no fim levaram só o dinheiro da agência.
"Apesar disso, infelizmente, o governo é o menos afetado com essa onda de assaltos as agências dos Correios. Diante dos quase R$ 500 milhões que a empresa faturou só no primeiro semestre deste ano, R$ 20 mil é um valor insignificante. Além disso, o seguro cobre parte dos prejuízos. Dessa forma, para o governo e a direção da empresa, é mais barato o assalto, do que investir em segurança.
Não há dúvidas, o lucro da empresa está seguro, o que está em risco é a vida e saúde dos trabalhadores dos Correios. De acordo com informações que vazaram do setor de segurança da empresa, só no Piauí, este ano, essa é a 45ª vez que uma agência dos Correios é alvo da ação de criminosos, somando assaltos, roubos e tentativas frustradas. Esse número está muito a cima do que nós", diz nota divulgada pelo Sindicato dos Trabalhadores dos Correios (SINTECT) do Piauí.
Segundo a nota da entidade sindical, esse mesmo problema atinge todo o país. Assaltar uma agência dos Correios tem sido mais fácil que roubar pirulito de criança. Por isso em Natal (RN) o Ministério Público mandou fechar 40 agências por causa da falta de segurança. No Piauí, dia 14 de junho, a justiça obrigou a empresa a instalar alarmes, câmeras, porta giratória e contratar seguranças, mas a diretoria dos Correios não aceita e resiste em cumprir a determinação.