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Após briga na prisão, suspeito

Após briga na prisão, suspeito de estupro tem banho de sol suspenso.

Publicada em 20 de Julho de 2015 �s 12h14


 Um procedimento administrativo vai apurar os motivos que causaram o desentendimento entre Adão José de Sousa, 40 anos, e outros presos na Casa de Detenção Provisória em Altos. Na quinta-feira (16), ele foi agredido por companheiros de cela. Agora, segundo diretor de presídios, Fagner Martins, o preso está isolado e teve banho de sol suspenso.

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Adão José é suspeito de comandar o estupro coletivo contra quatro adolescentes em Castelo do Piauí em maio. Fagner Martins disse ao G1 quer descobrir se o suspeito foi a vítima na confusão ou se provocou a briga.

“A investigação já foi iniciada com a realização do exame de corpo delito. Depois disso, ele teve o banho de sol suspenso e está isolado. Vamos ouvir os envolvidos para saber de fato o que aconteceu, se ele foi recolhido pelo crime em Castelo ou se é o autor dessa confusão”, afirmou.

Sobre a segurança do detento, o diretor explicou que todas as medidas estão sendo tomadas com objetivo de evitar novos desentendimentos. “As visitas e banho de sol dos presos acontecem em momentos diferentes. Além disso, todos os passos do Adão são acompanhados”, destacou Fagner Martins.

O diretor ainda espera o resultado da sindicância para saber em qual presídio Adão José ficará. Ele justifica a possível transferência da Casa de Detenção de Altos para a Casa de Detenção Provisória Dom Inocêncio Santana, em São Raimundo Nonato, ao Sul do estado, por ser uma unidade prisional com maior segurança.

“Se ele não ficar aqui em Altos será transferido para São Raimundo Nonato, pois estas duas penitenciárias são as mais seguras do estado e não estão acima da capacidade permitida”, finalizou.
Morte no CEM
Na quinta-feira (16) um dos quatro adolescentes condenados pelo estupro coletivo em Castelo do Piauí, identificado como Gleison Vieira da Silva, 17 anos, foi espancado até a morte dentro da cela do Centro Educacional Masculino (CEM) em Teresina.
Os outros três menores coautores do estupro, que estavam na mesma cela da vítima, assumiram a autoria do assassinato.
Vistoria no CEM
Nesta segunda-feira (20), uma Comissão de Segurança Pública da OAB-PI realiza uma vistoria no Centro Educacional Masculino (CEM). De acordo com o presidente da Comissão, Lúcio Tadeu, a vistoria vai averiguar funcionalidades internas do local, condições de trabalho dos servidores e dos alojamentos.
Segundo a OAB, devem participar da vistoria representantes da Comissões de Segurança Pública e Direito Penitenciário, de Defesa dos Direitos Humanos e de Defesa do Direitos da Criança e do Adolescente.
"O CEM está com problemas faz tempo, ano passado o juiz Antônio Lopes já havia pedido a interdição do lugar e nada foi feito. É preciso tomar providências de imediato, porque este centro de internação não tem mais condições de receber ninguém. A situação lá é tão grave quanto no sistema prisional", declarou Lúcio Tadeu.

Vazam fotos
O gerente de internação do Centro Educacional Masculino (CEM), Herberth Neves, declarou que vai abrir uma sindicância para identificar os responsáveis pelo vazamento das imagens do adolescente Gleison Vieira da Silva, 17 anos, por companheiros de cela.

As imagens, que mostram o corpo ferido e o rosto de Gleison Vieira desfigurado, foram compartilhadas nas redes sociais. Herberth Neves quer saber se houve negligência por parte dos policiais ou educadores de plantão com relação a divulgação das fotos do garoto.
Ainda de acordo com o gerente de internação, os suspeitos de assassinar o adolescente admitiram o homicídio e não demonstraram remorso ou arrependimento ao relatar o ato criminoso.

Os acusados não falaram a motivação do crime, mas acredito que houve uma discussão entre eles e o Gleison, porque ele foi o delator do estupro. Os três confessaram ter matado o companheiro e explicaram como fizeram isso. Percebi a frieza deles em comentar o ato, como se fosse algo banal. Não demonstraram nenhum remorso ou arrependimento o que mostra o grau de periculosidade destes menores", declarou.
Detalhes do crime
Segundo Herberth Neves, os adolescentes não utilizaram nenhum objeto para matar Gleison Vieira e que o crime aconteceu durante o banho."Um dos menores relatou que deu uma ‘gravata’ na vítima, para imobilizar e impedir que ela gritasse. Depois os três menores iniciaram uma sessão de espancamento, atingindo principalmente a cabeça de Gleison", falou.

Já o juiz Antônio Lopes, da 2ª Vara da Infância e Juventude em Teresina, afirmou que a agressão que culminou com a morte de Gleison deve ter sido iniciada enquanto a vítima dormia.

Chacina no CEM
O juiz Antonio Lopes da 2ª Vara da Infância e Juventude em Teresina comentou que o ocorido e disse que o Centro Educacional Masculino (CEM) poderia ter sido palco de uma chacina, já que os adolescentes vinham sendo ameaçados de morte pelos demais jovens da unidade.

“Eles (os internos) disseram que os agressores tiveram foi sorte, porque iriam matar os quatro. Poderia ter sido uma chacina. Há 14 anos vejo que o estado não tem cumprido o que estabelece o Estatuto da Criança e do Adolescente, que é manter separados menores com alto grau de agressividade, a exemplo de estupradores, e quando há riscos para a integridade física deles”, disse o juiz.
Perfil da vítima
A história de Gleison é parecida com a de tantos outros jovens em conflito com a lei pelo Brasil: vem de família pobre, largou a escola no 3º ano do ensino fundamental, era envolvido com drogas e já tinha passagens pela polícia por furtos e roubo, o primeiro cometido aos 13 anos. As informações são da mãe do rapaz, Elizabeth Vieira, e do Conselho Tutelar de Castelo do Piauí, cidade localizada a 190 km de Teresina.
Antes da barbárie, Gleison vivia em uma casa pequena no bairro Refesa, periferia da cidade, com cinco irmãos, o padrasto e a mãe grávida de três meses. A renda da família é a aposentadoria do irmão mais velho, que tem problemas mentais, e mais R$ 270 do Bolsa Família.

Elizabeth Vieira, 35 anos, conta que o filho “se desviou” quando tinha apenas 13 anos de idade. A mãe disse que sabia que ele usava drogas, mas não tinha ideia de como as comprava.
Gleison, segundo relatos do Conselho Tutelar, teve várias passagens pela polícia por furtos e roubos. Para a mãe, que amamentou o filho até os dois anos, o garoto sempre saía de casa dizendo que ia para o “videogame”.
Segundo relatos do delegado Laércio Evangelista, responsável pela investigação do estupro coletivo, muita gente em Castelo do Piauí comemorou a morte de Gleison.
Enterro em Teresina
Diante da possibilidade de reações hostis de moradores de Castelo do Piauí durante o enterro de Gleison Vieira da Silva, 17 anos, a família da vítima realizou o sepultamento do corpo do jovem nessa sexta-feira (17), no cemitério Santa Cruz, em Teresina.

A mãe do garoto, o padrasto e uma tia acompanharam o enterro. Policiais militares e conselheiros tutelares também estiveram no cortejo.

Mãe grava vídeo
Elizabeth Vieira gravou um vídeo depois que soube do assassinato do filho. "Foi um choque muito grande porque eu não estava esperando. Recebi a notícia, é uma dor muito grande", disse.

A mãe da vítima disse ainda que acredita que a briga entre os jovens tenha sido motivada por causa dela. No vídeo, ela diz que ele a defendia muito. "Ele tinha que pagar pelo crime que cometeu, mas não desta forma", disse.
Destino dos outros três jovens
Após o crime, os jovens que são apontados como os autores do homicídio foram transferidos do CEM para o Complexo da Cidadania, na Zona Sul de Teresina. Representantes do Centro Educacional e da Justiça irão se reunir para decidir onde esses garotos irão cumprir o restante da suas medidas socioeducativas.
Tags: Após briga na prisão - Um procedimento admi

Fonte: globo �|� Publicado por: Da Redação
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