Uma bicicleta roubada e depois recuperada pela Polícia Militar (PM) sumiu da Central de Flagrantes de Teresina. A vítima do assalto, que preferiu não ser identificada, disse ao G1 que o veículo foi levado no dia 25 de novembro de 2017 e que no dia 20 de março deste ano soube que durante uma ação do 5º Batalhão da PM uma bicicleta igual a sua tinha sido encontrada e foi tentar conseguir a bicicleta de volta.
Procurado, o coordenador da Central de Flagrantes, Bruno Meyer, afirmou que não dá entrevistas. A Delegacia Geral comunicou por meio de nota que a restituição da bicicleta ocorreu conforme a legislação e que o fato está sendo apurado.
“Ela era instrumento de treino, usei em algumas competições que participei. No momento do assalto estava treinando. Tive a notícia de que uma bicicleta idêntica a minha tinha sido apreendida, pela foto já reconheci. Ciclista conhece a própria bicicleta. Até a bombinha dela eu conheci na hora que vi”, informou a vítima.
Orientada por um policial militar, a vítima foi até a Central de Flagrantes onde foi levada por um funcionário até o depósito e reconheceu a bicicleta. “Ele me disse que eu não poderia retirá-la, que só o delegado da delegacia da região onde ela foi recuperada poderia me dar o auto de restituição”, contou.
A vítima relatou que no dia seguinte foi ao distrito policial, mas lá foi informada de que o caso iria para a Polinter. “Ainda assim deixei meu contato com uma pessoa de lá e peguei o dela. Na Polinter informaram que ninguém sabia do caso lá. Imaginei que ainda estivesse na Central de Flagrantes”, disse.
Em seguida, a vítima afirma ter recebido uma ligação do funcionário do distrito policial. “Perguntou se eu era filho de um promotor, eu neguei e a pessoa perguntou se eu já tinha recebido a bicicleta. Eu falei que não e que iria à central. Lá falei com a coordenação e fui levado até o depósito, mas a bicicleta não estava mais lá”, explicou.
“O funcionário me explicou de forma bem enrolada, que o distrito tinha levado, devolvido e que depois disso um promotor foi lá e levou como sendo dele, que apresentou uns papeis e que ela já tinha sido restituída, mas ninguém soube dizer o nome e também não acharam nenhuma documentação nos registros”, completou a vítima.
Denúncia na corregedoria
A vítima procurou a Corregedoria da Polícia Civil para denunciar o caso. O delegado Emir Maia informou que um ofício foi enviado à Central de Flagrantes para que o coordenador explique o ocorrido. “Dependendo do que ele disser podemos abrir ou não um procedimento”, informou.
O coordenador da Central de Flagrantes afirmou que não dá entrevistas e a Delegacia Geral disse por meio de nota que o fato está sendo apurado pela Gerência de Polícia Metropolitana.
Confira a nota da Delegacia Geral na íntegra:
A Polícia Civil do Piauí afirma que a restituição de uma bicicleta apreendida durante ação da Polícia Militar ocorreu conforme legislação vigente e dentro do procedimento cabível. Um terceiro lançou a hipótese que o bem havia sido restituído de forma equivocada. Tal fato está sendo apurado pela Gerência de Polícia Metropolitana que está atendendo a ocorrência.
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