Um número cada vez maior entre os ricos da China quer evitar divulgar suas riquezas, disse a revista "Forbes", refletindo temores do escrutínio oficial diante de uma crescente divisão entre ricos e pobres, e após vários bilionários terminarem presos.
Há duas décadas, os rendimentos no setor rural vêm aumentando a um ritmo mais lento que no meio urbano -- fator que pode ameaçar a estabilidade social e o poder do Partido Comunista, em um país onde 150 milhões de pessoas vivem com apenas US$ 0,50 por dia.
Um número maior dos novos bilionários pediu para ficar de fora da mais recente lista dos mais ricos da China, da "Forbes" Asia, disse Russell Flannery, editor-chefe da revista que acompanhou a compilação dos dados, divulgados nesta quinta-feira.
"Acho que isso reflete um pouco a mudança na sociedade chinesa no momento", disse Flannery. "Há muita preocupação com a diferença em riqueza na China."
Alguns dos membros das listas anteriores dos mais ricos terminaram presos, inclusive Huang Guangyu, fundador da Gome Electrical Appliance Holding Ltd., e o magnata do setor imobiliário de Xangai, Zhou Zhengyi.
Na lista deste ano, Liang Wengen, da Sany, empresa de maquinário da construção pesada, aparece em primeiro lugar, um dia depois de a lista dos mais ricos do instituto Hurun também o ter colocado no topo.
A "Forbes" estima a fortuna de Liang em US$ 9,3 bilhões. Em segundo lugar a revista apontou Robin Li, fundador do Baidu, o site de buscas dominante na China. Sua fortuna pessoal foi estimada em US$ 9,2 bilhões.
A Forbes avaliou que o número de bilionários chineses passou de 126 em 2010 para 146 em 2011.
Segundo um estudo divulgado nesta quinta-feira pela CLSA Asia-Pacific Markets, 60% do aumento da riqueza individual líquida na Ásia nos próximos cinco anos corresponderá à China.