O Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI) decidiu, por unanimidade, pela expulsão e perda de patente do capitão Alisson Watson da Silva Nascimento do quadro da Polícia Militar do Piauí. A audiência ocorreu nesta segunda-feira (4), durou 2h e foi acompanhada pela família da vítima.
Na decisão, o presidente do TJ-PI, desembargador Sebastião Ribeiro Martins, julgou procedente a representação do Estado do Piauí pela perda do posto do capitão Allisson Watson, considerando o acusado inapto para continuar na PM-PI.
O policial é acusado de matar a namorada, a estudante de direito Camilla Abreu, e ocultar o corpo da vítima após o crime, que aconteceu em outubro de 2017. Um ano e quatro meses após o homicídio, o acusado continuava a receber o salário de oficial da PM, de aproximadamente R$ 10 mil.
O processo de exclusão de Alisson Watson da corporação teve início após a Corregedoria da PM, a PGE, e o governador Wellington Dias terem dado parecer favorável à expulsão. No entanto, a perda de posto e patente de oficiais só poderia ser determinada através do Tribunal de Justiça, conforme a Constituição Federal.
Durante a audiência, o relator do processo, desembargador José Francisco do Nascimento, afirmou que as circunstâncias envolvendo o acusado e a morte de Camilla Abreu justificam a inaptidão de Allisson Watson em continuar ocupando o posto de capitão da Polícia Militar do Piauí.
Na esfera criminal, a Justiça decidiu que processo fosse encaminhado para o Tribunal do Júri. Na denúncia o Ministério Público pediu o indiciamento do acusado por feminicídio, ocultação de cadáver e fraude processual.
O pai de Camilla, Jean Carlos, disse ao G1 que a expulsão do policial da corporação é um passo a frente no caso. "Acredito que agora a justiça foi feita. Não só a nossa família, mas de toda a sociedade piauiense, que estava esperando por esse resultado. Tem que dar exemplo para os homens que pensam em fazer isso com suas mulheres, namoradas, pensem duas vezes", declarou.
Para o advogado de defesa de Allison Watson a expulsão do acusado da PM foi injusta. “Houve um caso semelhante a esse onde um militar cometeu vários crimes e por não ter sentença transitada em julgado houve a exclusão pelo conselho e nesse caso eles alunaram. Dois casos semelhantes e resultados diferentes”, disse o advogado Pitágoras Veloso.
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