A chuva atrasou o início, mas não impediu o desfile do tradicional bloco de Carnaval de Teresina, o Sanatório Geral, neste sábado (14). Inspirado na música “Vai Passar”, do cantor e compositor carioca Chico Buarque, centenas acompanharam o trio ao som da canção. O grupo fez o tradicional percurso pela avenida Frei Serafim e dispersou na Praça da Liberdade, onde os participantes entraram a noite na folia.
Completando 31 anos de casados, a aposentada Eliane Medeiros e o vendedor Henrique Lima já festejaram mais de três décadas de festas de Carnaval juntos. Este ano não foi diferente e o casal escolheu o Sanatório Geral para festejar o sábado de Carnaval. Para eles, além da festa, a data é importante para aprender sobre diversidade e tolerância.
“É uma festa linda, um momento incrível onde as pessoas se reúnem e festejam sem distinção de diferenças. É quando podemos ensinar aos mais jovens um pouco sobre diversidade, tolerância e respeito. Comemorando ao lado de quem a gente gosta, melhor ainda”, disse Henrique, trocando beijos com a esposa.
O grupo de teatro Humanitas levou para a rua a fantasia dos contos de fadas. A atriz Iarla Ribeiro conta que o objetivo foi resgatar a essência do teatro e a magia dos contos que mexem com a imaginação de todos. “Sempre estamos presentes no Sanatório e sempre montamos fantasias diferentes. Esse ano os contos de fadas foram nosso tema”, contou.
Um bloco dentro do bloco, é o ”Vai te lascar”, fundado há dois anos pela funcionária pública Carmen Falcão. Para ela, o nome do bloco não tem sentido negativo, pelo contrário, o objetivo é provocar a sensação de liberdade.
“É uma expressão muito comum no Piauí e o objetivo é realmente mandar os problemas para longe, mandando ‘se lascar’. Tem época melhor que o Carnaval para isso?”, disse. Com camisetas personalizadas, mais de 20 pessoas integram o grupo que todos os anos participa do Sanatório Geral e desde o ano passado está junto no "Vai te lascar".
O organizador do bloco, que já realiza a festa há 11 anos, puxou o trio e convidou a todos para partilharem da alegria no Sanatório Geral. “A chuva inibiu um pouco no início mas depois as pessoas sempre vêm. É uma festa linda, livre, onde todos podem vir como quiserem, com ou sem fantasia”. E sugeriu: “Acho até que todos os bairros deveriam ter um bloco assim. Nem todos vêm para o Sanatório, mas nos seus bairros as pessoas poderiam também fazer uma festa bonita assim. De paz e muita alegria”.
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