O Comitê de Gerenciamento de Crise, criado pelo governo do Piauí, se reuniu na manhã desta segunda-feira (28) para definir as ações de enfrentamento à crise de abastecimento no estado, provocado pela greve dos caminhoneiros, que chega ao sétimo dia no estado.
O comitê formado por órgãos estaduais e federais definiu como prioridade a desobstrução do Terminal de Petróleo, para garantir atendimento, principalmente, nas áreas de saúde, educação e segurança. A retenção desses veículos tem impactado diretamente no desabastecimento de postos de combustíveis na capital. Nesta segunda-feira (27), segundo o Sindicato dos Postos de Combustíveis, apenas 5% dos postos da capital tinham gasolina, etanol ou diesel.
O Ministério Público Federal determinou a desobstrução do Terminal de Petróleo e as forças de segurança chegaram em um acordo com motoristas de aplicativos, que encabeçaram o movimento. Eles aceitaram se retirar do local, mas outros manifestantes permanecem impedindo a saída de caminhões.
O secretário de Segurança, Rubens Pereira, disse que as medidas de segurança estão ocorrendo em ação integrada de diferentes órgãos, para que esteja garantido o abastecimento para os principais setores.
“Havendo necessidade, o Exército Bbrasileiro está de prontidão, nós vamos solicitar, mas esperamos que isso não ocorra. Esperamos a compreensão, a colaboração daqueles que estão nesse movimento, porque não podemos de forma alguma ter como consequências mortes. Os hospitais, as escolas, o transporte público precisam funcionar”, explicou o secretário.
A vice-governadora Margarete Coelho, que coordenou a reunião, informou que a situação nas áreas de saúde e educação estão confortáveis, mas pode se agravar. De acordo com o diagnóstico do comitê, municípios do interior têm situação mais crítica.
“Temos uma certa tranquilidade para o setor de saúde com medicamentos e com combustível para transporte de pacientes. Mas sabemos que no interior, em alguns municípios, a situação está mais grave. Na educação, temos que ter um pouco mais de cuidado, porque o abastecimento do transporte escolar pode estar sendo prejudicado em alguns municípios”, explicou.
Redução do ICMS
Uma das pautas dos caminhoneiros, e que o presidente Michel Temer se comprometeu a tratar com governadores em pronunciamento neste domingo (27), foi a redução do ICMS, arrecadado pelos estados. A vice-governadora Margarete Coelho defendeu que o Piauí, bem como os demais estados, não são os responsáveis pela crise e atribuiu o problema à política de preços praticada pela Petrobrás. Ela disse que o governo se uniu a outros estados do Nordeste na assinatura de uma carta de manifestação.
“Governadores do Nordeste e o de Minas Gerais fizeram uma carta se manifestando a esse respeito. Eles entendem que essa não é uma crise dos estados, é uma crise da União, da política de preços que está sendo praticada pela atual direção da Petrobrás e que os estados não têm condições de dar solução a ela. Os estados estão sofrendo as consequências, mas não eles têm condição de solucionarem sozinhos", disse.
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