Piaui em Pauta

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Comunidades resistem e mantém

Comunidades resistem e mantém viva a tradição cigana no Piauí.

Publicada em 27 de Fevereiro de 2021 �s 22h00


Uma das principais características do Piauí é a pluralidade de tradições. O estado é formado por comunidades que continuam mantendo viva diversas culturas. Uma delas é da população cigana, que habita no território piauiense há 107 anos.

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Os ciganos vieram do Estado do Maranhão e a primeira cidade piauiense por onde passaram foi Esperantina. No dia 11 de novembro de 1913, quando este povo estava a passeio, houve um dos maiores massacres já registrados contra eles. De acordo com o produtor cultural Danilo Marques, o estilo de vida da população cigana incomodava à sociedade.

"Os ciganos, na época, passando por terras piauienses, foram encurralados por autoridades policiais. O massacre aconteceu em uma praça, foram levados em carros de boi e jogadas em uma vala coletiva", contou.

Ainda sim, a população cigana resistiu e mantém viva a sua tradição no estado. Na cidade de Piripiri, por exemplo, existe uma comunidade cigana formada por 80 pessoas. Até hoje, eles realizam festas e revivem a cultura deixada por seus ancestrais.

Nas celebrações, a bandeira que representa o povo sempre está presente. "O azul representa o céu, o verde a esperança e o vermelho significa a terra", explicou o artesão Margélio Alves.

Entre as mulheres há o costume de dançar com saias longas e enfeitadas. Além disso, os ciganos possuem o hábito de almoçar entre 9h e 10h e no chão. "É uma tradição nossa, que já vem de nossos avós, bisavós. Eles nos ensinavam que nossos maridos tinham que comer cedo, porque não sabíamos o que ia acontecer durante o dia", explicou Rosélia Alves.

Em Teresina, há um templo na zona norte dedicado ao povo cigano comandado pelo 'juzanga' Emerson Mourão. "O 'Juzanga' representa essa pessoa que é responsável por cuidar da hierarquia, da disciplina que deve direcionar quais são esses caminhos de agir de forma correta", explicou Emerson.

História dos ciganos foi retratada em filme

A tragédia ocorrida em Esperantina foi contada no filme "O Massacre dos Ciganos", do produtor Danilo Marques. O longa-metragem foi produzido com 80 atores amadores da região e lançado no aniversário de 100 anos da cidade.

O filme tem como intuito não só preservar a cultura cigana, mas também desconstruir os preconceitos sofridos por eles. "Muitas pessoas naquela época, assim como hoje, pensavam que os ciganos estavam querendo roubar os moradores daqui. A população os rejeitava", disse Danilo.

"Esses documentários, filmes são muitos importantes para retratar a discriminação, o preconceito, a violência e o racismo que o nosso povo cigano ainda percebe. Nós venhamos trabalhando para que o nosso povo cigano seja respeitado pela sociedade. Ainda não existem projetos voltados para nós", Rogério Ribeiro, presidente do Instituto de Ciganos do Brasil.
Tags: Comunidades resistem - Comunidades resistem

Fonte: globo �|� Publicado por: Da Redação
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