Deputada Rejane Dias
A deputada estadual Rejane Dias (PT) divulgou hoje (15) nota de desagravo, reagindo aos ataques feitos à ela, ao pastor Gessivaldo Isaías (PRB) e à filha, portadora de deficiência, atribuídos ao Grupo Guaribas de Livre Orientação Sexual – GGLOS. O Movimento GLBT de Picos divulgou documento responsabilizando a ela e e ao pastor Gessivaldo Isaías pela tentativa de barrar um projeto de lei de autoria do deputado Fábio Novo, do PT, alterando a Constituição Estadual para incluir o termo "orientação sexual" entre os direitos individuais e coletivos do cidadão.
"Hoje eu recebi um golpe muito mais forte do que eu esperava. Sob o pretexto de defender os direitos das pessoas homossexuais, atingiram minha filha. A chamaram de aberração. Isto, para mim, é o limite", reclama Rejane Dias no documento.
A deputada foi acusada pelos integrantes do Grupo Guaribas adotarem "atitude intolerante, fundamentalista e homofobica. "A companheira do partido o qual somos fundadores o PT, a deputada Rejane Dias, e o deputado Gessivaldo, na surdina, idealizaram a retirada da PEC III - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade, orientação sexual e identidade de gênero quaisquer outras formas de descriminação, agiram na surdina veladamente achando que assim poderia ser a Prefeita de Teresina com nossos votos também", escreveu Jovanna Baby, de Picos.
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"Nunca agredi verbalmente qualquer pessoa que tenha orientação sexual diferente da que defendo devido as minhas convicções religiosas. Ao contrário, repudio aqueles que agridem física e moralmente os homossexuais, tratando-os comocidadãos de outra categoria. Todos nós merecemos respeito. Portanto não sou e nunca fui homofóbica", .
A íntegra da nota de Rejane Dias:
"Em defesa de minha filha.
Hoje é um dia triste para mim. Mas serei sucinta e breve. Venho me defender de acusações publicadas em um portal de internet (por uma pessoa sem ligação ao veículo) que atingiram duramente a mim e minha filha.
Ingressei na vida pública para tentar realizar ações que beneficiassem grupos de cidadãos que não exerciam seus direitos com plenitude, como o de ir e vir e dar a eles a possibilidade de um tratamento digno.
Como deputada, tenho a oportunidade de ampliar meu trabalho para outros segmentos e a sociedade como um todo.
Mas, sabia que na política, mesmo que você tente fazer a coisa certa, muitos interesses são contrariados – que em benefício de uns, outros podem se sentir prejudicados e terem o justo direito de reivindicar.
O maior equívoco nestes casos é transformar reivindicações em ofensas e agressões, utilizadas de maneira desumana. Eu estava preparada para enfrentar os contra-argumentos da política, as palavras contraditórias e até para corrigir informações inverídicas que fossem levadas à imprensa.
Mas hoje eu recebi um golpe muito mais forte do que eu esperava. Sob o pretexto de defender os direitos das pessoas homossexuais, atingiram minha filha. A chamaram de aberração. Isto, para mim, é o limite.
Nunca agredi verbalmente qualquer pessoa que tenha orientação sexual diferente da que defendo devido as minhas convicções religiosas. Ao contrário, repudio aqueles que agridem física e moralmente os homossexuais, tratando-os como cidadãos de outra categoria. Todos nós merecemos respeito. Portanto não sou e nunca fui homofóbica.
Mas, se estamos em uma democracia, eu tenho o direito de ter minha opinião respeitada desde que eu não agrida meu próximo, coisa que nunca fiz. Agora, uma pessoa sob o pretexto de defender uma causa agrediu covardemente minha filha. É o golpe mais forte que qualquer pai e mãe possa receber. Principalmente sob uma pessoa na condição de minha filha.
Quero reforçar, contudo, que não vou fraquejar diante deste fato. Tenho minha convicção cristã e, em defesa dela e de minha filha, manifesto meu profundo repúdio a tal atitude.
Quero dizer ainda que minhas convicções em Deus e à sua palavra não irão mudar e gostaria que elas fossem respeitadas da mesma forma que respeito qualquer opinião contrária a minha.
O que relatei agora é apenas uma parte das hostilidades que constam na mensagem enviada por esta pessoa ,que ainda me acusou de ter barrado projeto que tramita na Assembléia. É conveniente esclarecer que não tenho poderes para isso, muito menos, a atitude de agir às escondidas, conforme fui acusada.
Lamento muito por trazer estes fatos a vocês. Mas como pessoa pública e pela honra de minha filha esta resposta se fez necessária.
Deputada estadual, Rejane Dias"