
RIO — A presidente reeleita Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira, em Doha, no Qatar, que a ex-ministra Marta Suplicy apenas “externou a opinião dela” ao entregar carta de demissão com críticas à política econômica do atual governo. Segundo o Valor Econômico, a presidente disse ainda que Marta “não fez nada de errado” ao reforçar que a equipe de Dilma deve recuperar a confiança e a credibilidade em um segundo mandato.
— Acertamos isso antes — declarou Dilma sobre o envio da carta de demissão, acrescentando: — Seria uma injustiça com a ministra (criticá-la pela iniciativa).
De acordo com o jornal, Dilma disse que soube do teor da carta de demissão antes de ir a Doha, onde fez uma visita de Estado antes de seguir para a cúpula do G20.
No Palácio do Planalto, a data escolhida, a forma e, principalmente, o teor da carta causaram "perplexidade". Auxiliares da presidente lembraram que Dilma estava em Brasília até o meio da tarde de domingo, e que a praxe seria a ministra pedir demissão no dia anterior.
Marta não só entregou sua carta de demissão com Dilma fora do país, como também não esperou que ela fosse divulgada pelo Planalto, como é o costume. Logo depois de protocolar a carta na Casa Civil, a ministra repassou seu conteúdo para a colunista Sônia Racy, do jornal "O Estado de S. Paulo", e , em sua página no Facebook, colocou o link para a matéria do jornal, confirmando a demissão. Auxiliares de Dilma classificaram que o tom da carta também foi deselegante e desnecessário.
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— Pegou mal — avaliou um interlocutor da presidente.
Em Doha, Dilma disse ainda que não fará uma reforma ministerial na terça-feira.
— Não tem reforma ministerial na terça-feira. Terça-feira é quando eu volto (do G20)? Nem pensar. Não será assim — disse.