A presidente afastada Dilma Rousseff participou nesta sexta-feira (15) de um ato na Praça Pedro II, no Centro de Teresina. De acordo com a organização e com a Polícia Militar, cerca de 5 mil pessoas participaram do ato. No evento ela recebeu o título de cidadania teresinense e em seu discurso reafirmou que sofreu um golpe, comparou o momento como uma partida de futebol ao falar que Michel Temer, presidente em exercício, "quer alterar as regras com o jogo em andamento".
Existe algo grave no nosso país, pois estão mexendo nas regras do jogo com o jogo em andamento. Estão querendo ganhar do time do outro lado expulsando todos os jogadores. Além de mudarem as regas, querem ganhar sem os jogadores do outro lado poderem jogar. Nós temos dito que é um golpe, é um golpe porque não tem crime de responsabilidade. Ele (Michel Temer) detesta o nome de golpe, porque falar a palavra é muito forte e tem o poder de esclarecer e revelar”, disse.
Dilma ainda frisou que não cometeu irregularidades em seu governo. “Passaram dois anos dizendo que tinha pedaladas e agora do Ministério Público disse que não teve pedalada”, falou.
Rousseff em suas palavras comparou o governo de Michel Temer com uma árvore atacada por fungos e parasitas. “Ele (Michel Temer) diz que golpe é o que aconteceu na época da ditatura militar, mas o que está ocorrendo é golpe sim. Vamos imaginar que a democracia seja uma árvore, quando ela é atacada num golpe miliar, o machado a destrói. Você tira o governo e o regime derrubando é a árvore. Nesse golpe deles a árvore não é atacada pelo machado, mas e é atacada por fungos e parasitas que corroem por dentro a instituição”, relatou.
Finalizando o discurso, Dilma disse que ninguém no Brasil elegeria um governo que corta recursos da educação e saúde e pensa em aumentar a jornada de trabalho para 80 horas.
“Algum de vocês votou em alguém que a saúde e educação não teria recurso necessários para atender os jovens, crianças, homens e mulheres? Ninguém aqui concorda que o SUS (Sistema Único de Saúde) tem que ser substituído por um plano de saúde pequeno que não cobre o básico. Eles têm dito que no orçamento deles não cabem os gastos com o SUS. Não somos a favor desse absurdo que falaram de aumentar a jornada de trabalho. As pessoas não vão comer. Através de uma eleição direta nenhum de nós os elegeria (Michel Temer) para qualquer cargo, imagina para presidente da República”, declarou.