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Economistas veem inflação acima do teto da meta em 2014, a 6,51%

Publicada em 22 de Abril de 2014 �s 15h10


A inflação vai estourar o teto da meta do governo em 2014 segundo economistas de instituições financeiras, que passaram a ver este movimento pela primeira vez neste ano, mesmo projetando mais uma alta na taxa básica de juros agora. Pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta terça-feira mostra que os economistas projetam agora o IPCA neste ano a 6,51 por cento, ante 6,47 por cento na pesquisa anterior, na sétima semana seguida de alta. "Existe clara tendência de alta (de inflação), de deterioração, e boa parte é fruto da dinâmica recente de reajuste de energia elétrica. Só agora o pessoal colocou isso um pouco mais na conta", avaliou o economista-chefe da MCM Consultores Associados, Fernando Genta. A meta do governo é de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos. Quando o BC não cumpre seu objetivo, tem de publicar uma carta aberta explicando porque isso ocorreu. Segundo a assessoria de imprensa do BC, a autoridade monetária leva em conta as regras da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para eventualmente arredondar a segunda casa do IPCA após a vírgula. Assim, uma inflação de até 6,54 por cento poderia não exigir uma carta do BC. A última vez em que houve estouro do teto da meta e que o BC teve de publicar uma carta aberta foi em 2003, no primeiro ano do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando a alta do IPCA foi de 9,3 por cento. A inflação segue em patamares elevados sobretudo sob o peso de alimentos. Em 12 meses, o IPCA-15 --prévia da inflação oficial-- atingiu 6,19 por cento em abril. E a pressão dos preços de serviços e administrados, com destaque para a energia elétrica, também mantém os analistas em alerta. Os reajustes das principais distribuidoras de energia do país aprovados até agora pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) atingiu dois dígitos devido ao maior custo gerado pelo acionamento das usinas termelétricas. No Focus, a projeção de alta dos preços administrados neste ano subiu 0,10 ponto percentual, para 4,70 por cento. "Acho que tem espaço para piorar, porque há mais reajustes de energia para vir, como (na cidade de) São Paulo. E é bom ficar de olho em alimentação", alertou o economista da Rosenberg & Associados, Leonardo França Costa. O Focus mostrou ainda que o Top 5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeções, vê um cenário ainda pior para este ano, com IPCA a 6,59 por cento, ante 6,49 por cento. Para 2015, a perspectiva para o IPCA no Focus foi mantida em 6,00 por cento na mediana das projeções, enquanto nos próximos 12 meses os economistas veem o indicador a 6,07 por cento, 0,05 ponto percentual a menos. SELIC Com esse cenário de inflação alta, os economistas consultados no Focus mantiveram a projeção de Selic a 11,25 por cento no final deste ano, com mais uma alta de 0,25 ponto percentual na reunião de maio do Comitê de Política Monetária (Copom). Hoje a taxa básica de juros está em 11,0 por cento ao ano. Já o Top 5 de curto prazo vê manutenção da Selic em maio, enquanto o Top 5 de médio prazo deixou inalterada sua expectativa para a Selic no final deste ano, em 11,88 por cento. O BC tem indicado que pretende interromper o ciclo de aperto monetário para avaliar os efeitos "defasados" da política monetária, classificando a pressão nos preços de alimentos como "temporária". Na semana passada o presidente do BC, Alexandre Tombini, defendeu que o banco tem atuado de forma robusta, clássica e técnica, e que parte relevante da alta dos juros ainda não atingiu os preços. "A tendência é que esse número convirja para 11 por cento caso o BC mantenha a sinalização clara de que já encerrou o atual ciclo e que vai parar para ver o que acontece", disse Genta, da MCM, que vê o fim do ciclo de aperto em maio. Entretanto, ele projeta mais três altas de 0,5 ponto percentual a partir de janeiro de 2015. O cenário de inflação elevada vem junto com o de atividade em desaceleração. O Focus mostrou que, para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa para 2014 foi reduzida a 1,63 por cento, ante 1,65 por cento. Em fevereiro, a economia brasileira registrou forte desaceleração segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que avançou 0,24 por cento sobre o mês anterior após alta de 2,35 por cento em janeiro.

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Fonte: Vooz �|� Publicado por:
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