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Escolas adotam iniciativas par

Escolas adotam iniciativas para cuidar da saúde mental dos alunos durante a pandemia no PI.

Publicada em 19 de Outubro de 2020 �s 00h04


Preocupados sobre como os estudantes de ensino fundamental e médio conseguiriam lidar com o isolamento social, escolas das redes pública e privada de Teresina adotaram iniciativas voltadas para cuidar da saúde mental dos alunos.

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Ensinando sobre empatia e autoconhecimento, os professores buscam reaproximar os estudantes da escola, que há mais de seis meses eles frequentam apenas pela internet.

Liberdade para falar dos sentimentos

O ano de 2020 começou com um desafio novo para a professora e bióloga Valdelia Rocha, que há 30 anos lecionava Ciências: ela deveria assumir a nova disciplina de Protagonismo Juvenil, voltada para o desenvolvimento emocional e social dos alunos.

Dois meses depois do início das aulas, mais uma surpresa: o isolamento social. “Com essa parada, tivemos que reformular o ano todo", contou.

A professora Valdelia contou que ela e as demais educadoras decidiram focar em preparar os alunos para atravessar o período de isolamento social nas aulas adaptadas para a pandemia.

"Nas aulas remotas, trabalhamos a empatia, a resiliência emocional, o engajamento com o outro, a fim de que eles pudessem, e nos também pudéssemos, superar todas essas dificuldades”, contou a professora Valdelia Rocha.
Os alunos começaram a escrever um diário, onde registram e analisam suas emoções e humor. Entre as atividades, estão trabalhar com os tão queridos aplicativos de celular para falar dos sentimentos e de si mesmos.

“Eles passaram a sobreviver com familiares e outras pessoas sob pressão, certamente com os ânimos mais acirrados. Fomos discutindo com eles como conviver com essas pressões, superar as dificuldades. E o resultado foi positivo, porque eles têm muita vontade de se expressar”, disse.

Segundo a professora, além de desenvolver as tais habilidades sócio emocionais, a disciplina têm despertado nos alunos talentos que não conheciam, como a afinidade com desenhos e com a escrita. “Antes, eu era a professora de ciências. Agora, acho que eles gostam mais dessa disciplina”, brinca a professora Valdelia.

Em uma escola particular em Teresina, os educadores decidiram intensificar os esforços em torno de uma iniciativa que já existia. Os psicólogos se uniram aos professores para desenvolver atividades e encontros com os alunos. As discussão variam entre as turmas, de temas globais ao projeto de vida de cada um.

“O projeto Vidahs é desenvolvido para todos os alunos, desde o ensino infantil ao final do ensino médio, de forma diferente para cada idade. Com meus alunos por exemplo, do 3º ano, focamos bem em gerar neles o autoconhecimento, e fazemos atividades em que eles consolidem o projeto de vida deles”, explicou o professor Aílton Cerqueira.

Os encontros que antes eram quinzenais ou mensais se tornaram semanais durante a pandemia, em formato remoto. Através dos encontros, os professores se aproximam dos alunos, e buscam adaptá-los às aulas remotas, desenvolvendo o foco, a disciplina e o domínio dos aparelhos e da internet.

Segundo o professor, o resultado em 2020 foi uma adesão maior dos alunos ao projeto. “Se tornou uma aula bastante esperada por eles”, contou.

E os sentimentos dos professores?
A psicóloga e pedagoga Celina Lira, coordenadora do Programas Diálogos Socioemocionais, que desenvolveu a disciplina de Protagonismo Juvenil nas escolas municipais de Teresina, comentou que o trabalho remoto durante a pandemia desgastou especialmente os professores.


“Eles estão mais cansados, mais frustrados. A rotina se torna ainda mais cansativa, porque é preciso administrar muita gente ao mesmo tempo, e de forma online. E quando termina a aula, os alunos ainda o procuram, às vezes tarde da noite... são comportamentos que ainda estão se adequando”, disse.

Assim, os trabalhos para acolher os sentimentos dos alunos acabam influenciando também os professores. “Desenvolver essas competências nos professores têm feito diferença na condução dos trabalhos. A gente precisou desenvolver outras habilidades, que com as aulas presenciais não eram tão necessárias, como o uso de ferramentas tecnológicas, trabalhar com a internet”, disse a pedagoga.
Tags: Escolas adotam - Preocupados sobre

Fonte: globo �|� Publicado por: Da Redação
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