A Justiça do Amazonas decretou nesta quarta-feira a prisão temporária de cinco dias do proprietário da empresa Instituto Cidades, responsável pelo concurso para defensor público do Amazonas. O concurso foi anulado na semana passada pelo governo estadual após a Promotoria apontar suspeitas de fraude.
Segundo o Ministério Público do Amazonas, a prisão do empresário Leonardo Carlos Chaves foi pedida porque ele estava prejudicando as investigações. "Ele já é foragido da polícia", disse o promotor Fábio Monteiro.
Monteiro disse que o empresário viajou ontem de Manaus para Fortaleza (CE), onde o Instituto Cidades tem sua matriz. Uma carta precatória foi enviada hoje à Polícia Civil do Ceará para o cumprimento da prisão de Chaves.
A empresa Instituto Cidades não se pronunciou sobre a decretação da prisão de Leonardo Carlos Chaves.
O concurso público foi anulado depois que o Ministério Público encontrou provas com notas idênticas (80 pontos). Filhos de defensores públicos e de secretários municipais, além do irmão do superintendente regional do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), passaram no concurso com notas suspeitas.
Ao menos 5.000 candidatos realizaram a prova para as 60 vagas abertas de defensor público. Cada inscrição custou R$ 200. O salário inicial é de R$ 15 mil.
AFASTAMENTO
O Conselho Superior da Defensoria Pública do Amazonas pediu o afastamento imediato do defensor público geral, Tibiriça Holanda, e do subdefensor público geral, Wilson Mello. Na semana passada, Holanda negou envolvimento de seu filho na fraude. A exoneração de defensor geral é de competência da Assembleia Legislativa. O governo do Amazonas não se posicionou sobre o caso.
O Ministério Público anunciou hoje que recomendará a suspensão do concurso público da Prefeitura de Manaus, que está em fase de inscrições pelo Instituto Cidades. "As fraudes encontradas nas provas da Defensoria colocaram em suspeita o concurso da Prefeitura de Manaus", disse o promotor Fábio Monteiro.
A assessoria de imprensa da Prefeitura de Manaus disse que aguarda uma notificação da Promotoria.