Piaui em Pauta

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Iniciativa fica no Hospital Estadual Júlio Borges de Macedo, em Curimatá

Governo do Piauí e Associação de Pacientes de Fabry inauguram centro de tratamento

Publicada em 11 de Dezembro de 2013 �s 10h46


O Governo do Piauí, através da Secretaria de Estado Saúde (Sesapi), inaugura nesta sexta-feira (13), em Curimatá, o primeiro Centro de Atendimento e Tratamento da Doença de Fabry. A obra é uma parceria público-privada com a Associação Piauiense de Fabry (Aspif). A solenidade acontece às 11h no Hospital Estadual Júlio Borges de Macedo, onde o Centro, que recebeu o nome AMJL Vogado Rodrigues, foi instalado.

A solenidade contará com a presença do secretário de Saúde, Ernani Maia, do prefeito Reidan Maia e da secretária de Saúde do Município de Curimatá, além de representantes da Aspif, e da comunidade local, envolvidos com o projeto. Na ocasião será entregue ao Secretário de Saúde do Estado um relatório com especificações de equipamentos para a realização dos exames aos quais os pacientes de Fabry devem se submeter regularmente como parte do tratamento. Essa medida também beneficiaria a população como um todo, poupando quem já está debilitado de desgastes físicos e custos financeiros adicionais.

“Nós entramos com o terreno anexo ao hospital, projeto arquitetônico e vamos dar as condições, através de equipamentos, para que os pacientes façam os exames no próprio hospital, sem precisar se descolar a Teresina”, afirma Ernani Maia.

A escolha da cidade de Curimatá - município de 10 mil habitantes, localizado a 700 quilômetros da capital Teresina - para a construção do Centro de Atendimento e Tratamento AMJL Vogado Rodrigues foi motivada pelo fato de o município concentrar o maior número de pessoas portadoras de Doença de Fabry. Condição crônica, de origem genética, a doença atinge vários órgãos vitais levando a uma maior incidência de, especialmente, acidentes vasculares cerebrais (AVC) e problemas cardíacos (informações detalhadas sobre a doença em anexo).

A descoberta desse grupo de portadores da Doença de Fabry se deu a partir do trabalho de pesquisa da Dra. Semíramis Jamil Hadad do Monte e do Dr. José Tibúrcio do Monte Neto, médicos da Universidade Federal do Piauí (UFPI), que diagnosticaram o primeiro paciente de Fabry da região.

A Doença de Fabry é uma condição genética rara, transmissível somente por hereditariedade, a homens e mulheres. Ela ocorre por consanguinidade - quando membros de uma mesma família têm filhos entre si - e é causada pela deficiência, ou ausência, no organismo da enzima alfa-galactosidase A, responsável pela decomposição de certos lipídeos (gorduras). Devido à falta desta enzima, começa a ocorrer um acúmulo de uma substância gordurosa, especialmente nos vasos sanguíneos, prejudicando o funcionamento de sistemas e órgãos vitais, como rim, coração e cérebro, com consequências graves e, em alguns casos, fatais. No Brasil, até o momento, foram identificados cerca de 220 portadores de Fabry. No mundo, estima-se que existam mais de 25 mil pessoas com a doença.

Por ser uma doença que pode atingir diversos órgãos e sistemas, o diagnóstico é complexo e demorado, pois o paciente pode apresentar sintomas de graus variados, sendo os mais comuns: dor intensa e ardente nas mãos e nos pés, intolerância ao calor, manchas avermelhadas na pele, queixas gastrintestinais, perda auditiva, alterações oculares, disfunção cardiovascular e insuficiência renal. Em homens, é possível fazer um diagnóstico observando-se a redução dos níveis de atividade da enzima alfa-galactosidase A. Em mulheres, o diagnóstico é, geralmente, mais difícil, sendo necessária uma investigação do código genético da paciente.

A doença de Fabry não apenas prejudica a qualidade de vida do paciente, como também reduz substancialmente a expectativa de vida, em ambos os sexos (50 anos para homens e 70 anos para mulheres), aumentando a chance de morte por infarto do coração, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência renal. A maioria dos pacientes são diagnosticados já na idade adulta, mas, os sintomas começam a aparecer nas idades de 3 a 10 anos (para homens) e 6 a 15 anos (para mulheres).

Embora ainda não tenha cura, a Doença de Fabry tem tratamento: a Terapia de Reposição Enzimática (TRE).

O Projeto Curimatá já representa um marco na história do município, não apenas para os pacientes de Fabry, mas para toda a comunidade. A partir da implementação desse trabalho, progressivamente a Aspif vem sendo capacitada a melhorar seu nível de gestão administrativa e financeira, bem como os pacientes vêm apresentando melhoria em sua autoestima. Além disso, há uma nova perspectiva de desenvolvimento de projetos educativos, sociais e de geração de renda que colaborem para uma melhora da qualidade de vida dos pacientes, familiares e membros da comunidade de Curimatá e entorno. Neste sentido, resultado de pesquisa encomendada pela Aspif e aplicada em 43 pessoas, entre pacientes, cuidadores e moradores da cidade ratifica estas necessidades.

Fundada em 2009, A Associação Piauiense de Fabry (Aspif) é uma entidade que luta pela melhoria das condições de vida dos pacientes de Doença de Fabry no estado do Piauí. A Aspif tem importante papel no diagnóstico e no tratamento dos pacientes. A entidade também tem uma missão importante na desmistificação da doença junto aos moradores de Curimatá e no resgate da autoestima dos pacientes. De acordo com Gabriela Ribeiro de Araújo, que presta apoio administrativo à Aspif, antigamente, os pacientes eram pouco informados e não tinham suporte adequado. “A Aspif vem ajudando os pacientes a serem atendidos adequadamente, bem como aprendendo a fazer a gestão correta da associação”, afirma.



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Fonte: Governo do Estado �|� Publicado por:
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