Cerca de 150 manifestantes ocuparam a Avenida Frei Serafim nesta segunda-feira (25), no Centro de Teresina contra a liminar do juiz federal Waldemar Cláudio de Carvalho que barrou a punição de profissionais que oferecem tratamento de reversão sexual. Organizada pelo Conselho Regional de Psicologia (CRP) e movimentos sociais a manifestação contou com faixas e cartazes.
Os manifestantes se concentraram primeiramente no passeio público da avenida Frei Serafim seguindo ocupando o asfalto até a avenida Miguel Rosa. “É contra a liminar do juiz que vai contra a normativa do Conselho Federal de Psicologia que proíbe qualquer tratamento de reversão sexual”, disse Júnior Vieira, integrante do setorial voltado para Lesbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais (LGBT) de um coletivo sindical que participou da manifestação.
Ele explicou que a manifestação seguiu em passeata até a avenida Miguel Rosa para mostrar a indicação contra a decisão do juiz. “Na prática ele autoriza o tratamento como se fosse uma doença”, ressaltou Júnior Vieira. A manifestação contou com cartazes e também bandeiras do movimento LBGT.
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Decisão é em caráter liminar e acata parcialmente pedido
Na última segunda-feira (18) a Justiça Federal do Distrito Federal liberou psicólogos a tratarem gays e lésbicas como doentes, podendo fazer terapias de “reversão sexual”, sem sofrerem qualquer tipo de censura por parte dos conselhos de classe. A decisão, do juiz Waldemar Cláudio de Carvalho, é liminar e acata parcialmente o pedido de uma ação popular.
Esse tipo de tratamento é proibido desde 1999 por uma resolução do Conselho Federal de Psicologia. A ação popular foi assinada por um grupo de psicólogos defensores das terapias de reversão sexual. Na resolução 01/1999, o conselho estabelece as normas de condutas dos psicólogos no tratamento de questões envolvendo orientação sexual. De acordo com a organização, ela trouxe impactos positivos no enfrentamento a preconceitos e proteção de direitos da população homossexual no país.
Para o Conselho Federal de Psicologia, terapias de reversão sexual representam “uma violação dos direitos humanos e não têm qualquer embasamento científico”. Desde 1990, a homossexualidade deixou de ser considerada doença pela Organização Mundial da Saúde.
TERESINA
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