Meryl Streep, 62, venceu o Oscar de melhor atriz, na noite deste domingo, pela seu papel como a ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher no filme "A Dama de Ferro".
Foi 17ª vez que ela foi indicada para a premiação -recorde-- e a terceira vez que vence, uma marca só alcançada por Ingrid Bergman, Jack Nicholson e Walter Brennan, além de Katharine Hepburn, que possui quatro estatuetas douradas.
Ela já havia conquistado o Globo de Ouro e o prêmio da Associação de Críticos de Cinema de Nova York com sua interpretação da primeira mulher a alcançar o cargo de primeira-ministra do Reino Unido.
Meryl também foi a homenageada do Festival de Berlim 2012, que a premiou com um Urso de Ouro Honorário por sua carreira.
Concorreram ao Oscar de melhor atriz Glenn Close ("Albert Nobbs"), Viola Davis ("Histórias Cruzadas") e Rooney Mara ("Millennium - Os Homens que Não Amavam as Mulheres") e Michelle Williams ("Sete Dias com Marilyn").
O FILME
O foco do enredo de "A Dama de Ferro", dirigido por Phyllida Lloyd e com roteiro de Abi Morgan, está na humanização de polêmica Margaret Thatcher, que governou a Inglaterra com mão de ferro entre 1979 e 1990, notabilizando-se por uma defesa estrita do monetarismo, da privatização de estatais, da flexibilização do mercado de trabalho e cortes de benefícios sociais, eliminando até o salário mínimo (restabelecido por Tony Blair em 1999).
Passando um tanto batido por boa parte desse contexto político, o filme retrata a ex-primeira ministra --que está com 86 anos--, como uma velha senhora abalada pela semi-senilidade, solitária e cercada de auxiliares mais empenhados em vigiá-la do que acolhê-la.
Despojada de sua glória, esta senhora fragilizada tem pouco mais a fazer do que recordar o passado, que ela não raro discute com o fantasma do marido, Denis (Jim Broadbent) - uma sombra dos bons tempos que parece recusar-se a abandoná-la.
As lembranças trazem de volta as imagens de uma jovem de província (interpretada nesta fase por Alexandra Roach). Filha de um comerciante, ela vem de baixo e vai abrindo seu caminho, à custa de muito trabalho e estudo, na prestigiada universidade de Oxford.
Por influência do pai e do marido, que foi um executivo da indústria petrolífera, Margaret entra para o reduto machista da política.
Apesar disto, com persistência e seguindo conselhos de alguns aliados, muda de penteado e impõe seu estilo, para tornar-se a primeira mulher a alcançar o cargo de primeira-ministra na Inglaterra.