Lúcida e muito consciente dos direitos de cidadã, Iracy é uma senhora “que já não tem muito o que fazer”, como ela mesma diz., referindo-se à labuta diária de dona de casa, dos afazeres de mãe, já que os filhos estão “todos criados”. Com um tempinho de sobra, ela decidiu que não ia mais ficar calada. E passou acorre atrás dos seus direitos.
“Só na Agespisa fui 11 vezes, para reclamar da construtora contratada para fazer a rede de esgoto, que só ficou pronta muito tempo depois”, lembra uma das primeiras moradoras do Sacy, bairro tradicional da zona Sul de Teresina.
Para quem se apresenta, vai logo avisando: não gosta de ser chamada de Dona, “afinal não sou velha”. Com suas mechas grisalhas, Iracy foi à Assembleia Legislativa nesta sexta-feira (20) para levar à Comissão Parlamentar de Inquérito, a cópia de uma ação que moveu, e ganhou, contra uma operadora de telefonia móvel.
“Fiquei sabendo da CPI e estou aqui para dar meu depoimento”, explicou. No envelope, junto com a cópia da ação, os telefones de Iracy, que se dispôs a testemunhar na CPI sobre o descaso das operadoras com os usuários da telefonia no Piauí. “Pode me chamar que eu venho. Afinal, não devo nada a ninguém portanto não tenho o que temer, a não ser os castigos de Deus”.
Iracy vai dar um depoimento ao programa Assembleia Em foco na próxim a semana, mas pediu para não ser fotografada. “Porque não gosto de foto”.
O cópia da ação será anexada à documentação que está sendo recebida dos Poderes e órgãos já visitados pela CPI, como o Tribunal de Justiça e o Ministério Público do Estado.