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Moro recebe denúncia, e Bumlai

Moro recebe denúncia, e Bumlai vira réu em processo da Lava Jato.

Publicada em 15 de Dezembro de 2015 �s 20h12


 O juiz Sérgio Moro recebeu nesta terça-feira (15) a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o pecuarista José Carlos Bumlai e mais 10 pessoas por crimes como lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta, corrupção ativa e passiva.
Todos são réus agora em processo que busca averiguar crimes apontados pela Operação Lava Jato, que apura um esquema de corrupção na Petrobras.
Bumlai foi preso na 21ª fase da operação, deflagrada no dia 24 de novembro. O MPF sustenta que o pecuarista agia como um operador do Partido dos Trabalhadores (PT).
São réus neste processo
– José Carlos Marques Bumlai, pecuarista: corrupção passiva, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro
– Maurício de Barros Bumlai, filho de Bumlai: corrupção passiva e lavagem de dinheiro
– Cristiane Barbosa Bumlai, nora de Bumlai: corrupção passiva, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro
– Salim Taufic Schahin, executivo do Grupo Schahin: corrupção ativa, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro
– Milton Taufic Schahin: corrupção ativa e gestão fraudulenta
– Fernando Schahin: corrupção ativa
– Nestor Cerveró, ex-diretor da área Internacional da Petrobras: corrupção passiva
– Jorge Zelada, ex-diretor da área Internacional da Petrobras: corrupção passiva
– Eduardo Musa, ex-gerente da Petrobras: corrupção passiva
– João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT: corrupção passiva
– Fernando Soares, lobista: corrupção passiva

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A denúncia
Os procuradores afirmam que, em 2004, o Banco Schahin concedeu empréstimo de R$ 12 milhões a José Carlos Bumlai. O destinatário real seria, no entanto, o PT.
Em tese, o empréstimo deveria ter sido pago até novembro de 2005, o que não ocorreu. Assim, o montante foi sendo corrigido para incorporar os encargos não pagos.
Os valores foram quitados na sequência, após o Banco Schahin conceder empréstimo de R$ 18 milhões à empresa AgroCaieras, do próprio Bumlai.
Os valores do novo empréstimo, que ultrapassaram R$ 20 milhões, seguiram sem pagamento até janeiro de 2009, quando foi feito um contrato de venda de embriões de gado bovino das fazendas de Bumlai para empresas do Grupo Schahin.
Para o MPF, no entanto, a dívida foi paga com a contratação da Schahin para operar o navio sonda Vitória 10.000, da Petrobras, um dia depois da assinatura do contrato entre a empresa de Bumlai e o Grupo Schahin. O contrato tem valor global de pagamento de US$ 1,5 bilhão e foi celebrado mediante direcionamento fraudulento, segundo a denúncia.
Para garantir a contratação, o MPF sustenta que agiram os diretores da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró e Jorge Zelada, além do gerente da mesma área Eduardo Musa.
"Teriam sofrido influências políticas, por agentes não totalmente identificados, para direcionar, fraudulentamente, o contrato para a Schahin e assim garantir a concessão de vantagem indevida ao Partido dos Trabalhadores (mediante a quitação do empréstimo concedido à referida agremiação política)", observou o juiz no despacho.
Além disso, a denúncia afirma ainda que Eduardo Musa recebeu propina de US$ 720 mil do Grupo Schahin em decorrência da garantia do mesmo contrato.

Confissão
José Carlos Bumlai confessou em depoimento dado à Polícia Federal, em Curitiba, na segunda-feira (14), que houve fraude na quitação do empréstimo de R$ 12 milhões feito por ele no Banco Schahin. Ele disse também acreditar que o dinheiro seria para pagar dívidas de campanha eleitoral em Campinas (SP) e para "caixa 2" do PT.
O juiz Sérgio Moro, ao receber a denúncia, diz que levou em consideração a confissão de Bumlai para considerar que há justa causa na ação do MPF.
"Em princípio, teria ele admitido que o empréstimo de 2004 tinha por real destinatário o Partido dos Trabalhadores, que a quitação foi fraudulenta, por não ter havido de fato entrega de embriões, e que a contratação da Schahin pela Petrobrás teria sido a verdadeira causa da quitação do empréstimo", consignou.
No depoimento, Bumlai disse que o empréstimo foi acertado em uma reunião durante uma noite de outubro de 2004, na sede do banco, em São Paulo. Estavam presentes, segundo Bumlai, o então presidente do Banco Schahin, Sandro Tordin, Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, e profissionais da área de propaganda e marketing, que segundo Bumlai, prestavam serviços para ele e para partidos políticos.

O empresário contou que os profissionais da área de propaganda e marketing afirmaram que precisavam levantar recursos para a campanhas que estavam entrando em segundo turno e que Delúbio Soares disse que gostaria de ter acesso à parte do recurso. De acordo com o pecuarista, Delúbio também não esclareceu o percentual do empréstimo que seria destinado ao Partido dos Trabalhadores (PT).
Bumlai declarou à Polícia Federal que não foi dito o destino do dinheiro. Ele disse também, conforme o depoimento, ter entendido que Delúbio representava os interesses do PT na reunião.
O pecuarista afirmou que a conversa que teve com Sandro Tordin, quando houve o primeiro vencimento do empréstimo, o fez concluir que "o retardo na quitação do empréstimo estava acompanhado de interesses escusos do Grupo Schahin em eventualmente conseguir contratos para operação de sondas na Petrobras".
Tags: Moro recebe denúncia - O juiz Sérgio Moro r

Fonte: globo �|� Publicado por: Da Redação
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