Uma mulher tem sido investigada suspeita de praticar diversos crimes de estelionato em comerciantes e prestadores de serviços da Zona Sul de Teresina e da cidade de Timon, no Maranhão. De acordo com o 4º Distrito Policial, mais de quinze denúncias contra a mulher já chegaram à delegacia.
Uma das vítimas do golpe, que não quis se identificar, contou como acontece o crime. “Ela solicitou uma entrega na casa dela, de duas peças de roupa. Ao chegar, pediu dados da conta, gerou o comprovante de transferência e me mostrou, enviou pelo WhatsApp. Conferi o comprovante, mas o dinheiro nunca caiu na conta”, relata a vítima.
Uma das supostas vítimas da mulher divulgou áudios em que a suspeita desconversa sobre o pagamento da dívida. Nas mensagens, a mulher parece apreensiva, e afirma não estar entendendo o porquê de o pagamento não ter sido efetuado.
“Mulher, como é a história? O envelope ‘tava’ em branco? Porque eu pedi... Esse dinheiro foi até uma pessoa que depositou pra mim, por que ele ‘tava’ me devendo R$ 280 e eu falei assim: ‘Pois coloca bem aqui R$ 100 para a menina que eu ‘tô’ devendo’. ‘Tava’ em branco?”, diz a mulher na gravação.
Desde então, a mulher não atende ligações nem responde mensagens. De acordo com o investigador Antônio Gomes, do 4º DP, golpes semelhantes foram cometidos contra vários estabelecimentos na Zona Sul de Teresina.
“Na hora de efetuar o pagamento, ela fazia uma transferência. A vítima conferia que a transferência tinha sido feita. Só que após ela mostrar o comprovante, ela estornava a transferência, e o dinheiro não caia na conta da pessoa”, explica o investigador.
A vítima do golpe que preferiu não se identificar contou que retirou a queixa na delegacia, depois que uma irmã da suspeita quitou a dívida. Mas de acordo com a advogada criminalista Juliana Brasileiro, ainda assim a mulher pode responder pelo crime.
“O crime de estelionato de ação pública incondicionada, não precisa da representação da vítima, porque não é só a pessoa que é lesada, é a sociedade”, disse Juliana Brasileiro.
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