'N�o devo nada', diz president

'N�o devo nada', diz presidente da Gavi�es ao se entregar em delegacia.

Publicada em 10 de Maio de 2012 �s 19h51

"N�o devo nada, a justi�a ser� feita", disse nesta quinta-feira (10) o� presidente da Gavi�es da Fiel, Ant�nio Alan Souza Silva, o Donizete. Ele se apresentou no 77� Distrito Policial, na Santa Cec�lia, regi�o central da capital paulista. O dirigente teve a pris�o tempor�ria decretada na quinta-feira (3) por suposto envolvimento na briga de torcedores corintianos e palmeirenses em 25 de mar�o na Zona Norte da capital paulista, que resultou na morte de dois membros da Mancha Alviverde.

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O delegado Arlindo Jos� Negr�o Vaz, da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intoler�ncia (Decradi), foi ao 77� DP para levar Donizete para depoimento. Ele disse que o presidente da Gavi�es deve ser indiciado pelos crimes de homic�dio, les�o corporal e forma��o de quadrilha.

Ao ser transferido, Donizete negou ter participado da briga. "Eu estava em casa", disse.

O advogado Ricardo Cabral havia adiantado ao G1 nesta manh� que a decis�o de se entregar foi do pr�prio dirigente.� “S�o 1.300 p�ginas do processo que n�o ligam meu cliente ao crime. A decreta��o da pris�o foi uma surpresa para ele e para todos os gavi�es”. A defesa afirma ainda ter protocolado um pedido de revoga��o da pris�o na quarta-feira (9).

De acordo com o defensor de Donizete, a op��o do presidente por se entregar foi comunicada a ju�za Laura de Matos Almeida, que na semana passada decretou a pris�o do presidente da Gavi�es. “Na quarta-feira [9] entrei com um pedido me primeira inst�ncia direto na mesa da ju�za pedindo a revoga��o da pris�o tempor�ria do meu cliente por entender que ele � inocente e que n�o h� elementos que justifiquem a pris�o dele. Ela ainda n�o se posicionou a respeito, mas mesmo assim optamos que a entrega dele seja a melhor escolha a se fazer no momento”, afirmou Ricardo Cabral.

Segundo o advogado, Donizete soube da decreta��o da pris�o na segunda-feira (7), quando retornou de uma viagem feita com a torcida organizada a Col�mbia para acompanhar o jogo do Corinthians pela Libertadores.

“Ele [Donizete] est� tendo uma atitude de coragem porque s�o mais de 92 mil associados na Gavi�es. � parte de uma na��o corintiana que tamb�m quer esclarecer essa d�vida que a pol�cia tem do seu presidente. � a imagem da torcida que est� em jogo. Mas adianto, ele � inocente e vai provar isso”, comentou o advogado, que dever� entrar com um pedido de habeas corpus no Tribunal de Justi�a de S�o Paulo caso a ju�za n�o revogue a decreta��o da tempor�ria.

Pol�cia Civil
Para a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intoler�ncia (Decradi), Donizete sabia da briga marcada pela internet com a Mancha no m�s passado na Avenida Inajar de Souza. “Testemunhas protegidas afirmaram que a diretoria sabia de tudo. Compraram foguetes, paus, roj�es. Tudo para brigar”, afirmou o delegado Arlindo Jos� Negr�o Vaz na ter�a-feira (8).

Dois palmeirenses foram mortos naquele confronto. A Decradi pediu a pris�o tempor�ria do dirigente da torcida corintiana � Justi�a. O Minist�rio P�blico concordou com o pedido e o presidente da Gavi�es Silva passou a ser procurado e at� agora � considerado foragido.

“Concordei com o pedido de pris�o do presidente da Gavi�es feito pela pol�cia porque foram apresentadas informa��es de que ele estava ciente da briga que aconteceria”, disse o promotor Norberto Joia nesta semana. A Promotoria, no entanto ainda n�o se manifestou a respeito se ir� ou n�o oferecer den�ncia � Justi�a porque o inqu�rito policial ainda n�o foi conclu�do. Faltam, por exemplo, os laudos a respeito do conte�do encontrado nos computadores apreendidos na sede da Gavi�es pela Pol�cia T�cnico-Cient�fica.

Al�m do presidente da torcida, outro membro da Gavi�es, apelidado de Capetinha, que tamb�m teve a pris�o decretada pela Justi�a porque teria participado da briga, est� sendo procurado pela pol�cia.

A organizada est� sem sua diretoria, j� que at� o vice-presidente, Wagner da Costa, tamb�m teve a pris�o determinada pela Justi�a e est� foragido desde o dia 4 de abril.

No total, foram expedidos mandados de pris�o contra seis corintianos. Todos est�o foragidos. Apesar disso, tr�s integrantes da Gavi�es est�o presos por suspeita de participarem do assassinato de dois membros da Mancha. Dois deles foram indiciados pelo crime. Entre os investigados est� Douglas de Ungaro, o Metaleiro, ex-presidente da torcida.

A briga de mar�o ocorreu durante o deslocamento das torcidas do Corinthians e do Palmeiras na Avenida Inajar de Souza em dire��o ao est�dio do Pacaembu, na Zona Oeste.

Palmeirenses
Na segunda-feira (7), a ju�za Leyla Maria da Silva Lacaz, da 14� Vara Criminal da Barra Funda, recebeu a den�ncia contra Lucas Alves Lezo, vice-presidente da Mancha. Lucas Lezo � r�u preso no processo que responde na Justi�a por posse de arma. Ele foi detido em flagrante em abril por n�o ter autoriza��o para port�-la.

O dirigente da Mancha tamb�m foi indiciado com outros dois palmeirenses pela Decradi por suspeita de envolvimento no assassinato de um corintiano ocorrido em agosto de 2011. Para a investiga��o, o confronto deste ano na Avenida Inajar de Souza teria sido marcado pela internet para vingar a morte de Douglas Karin Silva, que era ligado a Gavi�es. Na semana passada, os dois membros da organizada foram soltos pela Justi�a, mas Lucas continuou preso por que responde pelo crime de porte de arma.

Lucas � irm�o de Andre e de Tiago Lezo. Tiago tamb�m chegou a ser preso e indiciado por forma��o de quadrilha porque teria participado da briga de mar�o, mas foi solto ap�s decis�o judicial. Andre, seu irm�o g�meo, morreu no confronto entre torcidas rivais em mar�o. Outro membro da Mancha, Guilherme Moreira, tamb�m foi morto.

Tags: Gavi�es - Presidente da Gavi�e

Fonte: GLOBO �|� Publicado por: Da Reda��o

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