Piaui em Pauta

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Não há dúvidas sobre participa

Não há dúvidas sobre participação de jovens no estupro, diz delegada.

Publicada em 06 de Agosto de 2015 �s 09h59


Após a Defensoria Pública afirmar que os três jovens condenados pelo estupro coletivo em Castelo do Piauí não estavam no local do crime, a delegada AnaMelka Cadena, titular da Delegacia da Mulher da Zona Sudeste de Teresina, afirmou na quarta-feira (5) não ter dúvidas quanto a participação dos adolescentes no ato.

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“A Polícia Civil trabalha com responsabilidade. Juntamos todos os elementos que foram levantados, identificamos a participação dos quatro, apresentamos o indiciamento ao Ministério Público e a Justiça condenou esses adolescentes”, contou em entrevista para TV Clube.

O defensor Gerson Henrique Silva Sousa pediu reformulação da sentença que condenou a três anos de internação como medida socioeducativa pelo estupro coletivo contra quatro garotas, que redundou na morte de Danielly Rodrigues, de 17 anos.
Segundo ele, não há provas de que os três menores internados no Centro de Internação Provisória de Teresina (Ceip) estariam no local do crime e para isto apresentou testemunhas.

A delegada AnaMelka Cadena disse que recebeu o pedido da defensoria com normalidade, já que faz parte do processo criminal. Apesar do recurso, a policial disse que o trabalho da Polícia Civil foi muito bem feito.

“Faz parte do processo o acesso à ampla defesa. O inquérito tem a perícia de local que identificou o ato sexual, temos sangue de um menor no calção do maior. Com isso o quebra- cabeça vai sendo montado e todos são colocados juntos na cena do crime. Sabemos que mesmo que tenha havido conjunção carnal, isso pode não ter gerado fluido na vítima, mas achamos semêm no short de um dos acusados. Confiamos no trabalho feito”, disse a delegada.

Defensoria diz que jovens são inocentes
Segundo a defensora geral do Piauí, Hildete Evangelista, o único elemento que liga os três jovens à cena do crime e ao estupro coletivo é o depoimento de Gleison Viera da Silva, que acabou sendo morto pelos três jovens que são representados pela Defensoria Pública.
“As próprias vítimas não reconheceram os adolescentes. Se o defensor acredita que os três jovens não são coautores do crime, ele tem obrigação de recorrer da decisão. Ele se baseia nas provas mostradas nos autos e constrói a sua tese de defesa”, disse.
Recurso segue para o TJ-PI
O juiz Leonardo Brasileiro, da Comarca de Castelo do Piauí, encaminhou na quarta-feira o processo do estupro coletivo ao Tribunal de Justiça do Piauí. Segundo ele, a decisão foi baseada nas provas levantadas do caso e caberá ao órgão analisar o recurso apresentado pela defesa dos três menores acusados do crime.
"É direito da Defensoria de recorrer e tudo será analisado pelo Tribunal de Justiça. Neste momento, o defensor vai tentar convencer os desembargadores sobre a tese por ele levantada. Ouvimos várias testemunhas, são várias provas documentais no processo e eu garanto que analisei todas elas e a tese de defesa de que os menores não estariam no local do crime foi afastada desde o início", declarou o juiz.

O promotor de Justiça Cesário de Oliveira, responsável pelo caso do estupro coletivo ocorrido com quatro adolescentes em Castelo do Piauí, afirmou ao G1 que todas as teses apresentadas pela defesa são inconsistentes.
"A apelação tem 50 páginas, vários argumentos e mais de 20 testemunhas foram apresentadas pela defesa, mas nenhuma mostra o álibi de que os menores não estariam no local do crime. Pelas provas apresentadas, pelo o horário do estupro eles não estariam em outro lugar do que lá na cena do crime. É direito da defesa recorrer, no entanto, já solicitei ao juiz manter a sentença na íntegra, porque não há nenhum reparo a ser feito", comentou.
CNMP investiga morte
A investigação que apura a morte de Gleison Vieira da Silva, de 17 anos, será acompanhada de perto pela Comissão da Infância e Juventude do Conselho Nacional do Ministério Público (CIJ/CNMP). Em despacho, o conselheiro e presidente da CIJ, Walter de Agra, afirmou que a vítima foi colocada no mesmo alojamento com outros três adolescentes que já tinham feito ameaças contra Gleison. A intenção é apurar se houve negligência ao colocar todos o envolvidos na mesma cela.

Tanto vítimas quanto agressores são sentenciados pelo cometimento do estupro coletivo contra quatro garotas no mês de maio em Castelo do Piauí, a 190 km de Teresina.

"E esse 'linchamento' foi alertado pelo próprio Gleison, de que seria morto caso ficasse junto aos demais, pois fora ameaçado; no entanto, mesmo tendo avisado sobre a suposta ameaça, foi colocado nos mesmos aposentos, o que causou o seu espancamento e consequentemente a sua morte", afirmou Walter de Agra em despacho no CNMP.
De acordo com o conselheiro, embora o CNMP não possua competência constitucional para apurar diretamente a morte do adolescente Gleison, faz-se necessário acompanhar, no âmbito do Conselho, a atuação do Ministério Público do Estado do Piauí no caso.
Tags: Não há dúvidas sobre - Após a Defensoria

Fonte: globo �|� Publicado por: Da Redação
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