Publicada em 02 de Outubro de 2015 �s 11h27
A Casa de Detenção Provisória Capitão Carlos José Gomes de Assis, situada no km 22 da BR 343, ao lado da Colônia Agrícola Major César, em Altos, possui capacidade para 120 internos e, atualmente, conta com 117. Com apenas 5 meses de funcionamento, a unidade é uma das mais modernas do Estado e referência em estrutura, disciplina e atendimento humanitário a internos e familiares. O grande diferencial desta unidade tem sido o somatório de uma equipe qualificada composta por médico, dentista, psicólogo, assistente social, apoio jurídico e psiquiatra, que juntos trabalham pela saúde dos internos e atendem a todos os direitos exigidos por lei, de forma a garantir a humanização do sistema. Bem como o corpo de agentes penitenciários, altamente qualificado, que garante a segurança dos detentos e servidores e oferece um tratamento mais digno às pessoas privadas de liberdade. Segundo o diretor da unidade, Leandro Oliveira, para garantir a segurança, os procedimentos operacionais são rígidos, mas também mais humanos e preocupados com o bem-estar de todos. “Quando os internos chegam, eles passam por uma vistoria para checar se não estão portando nenhum tipo de armas ou drogas. Depois, eles recebem uma doutrinação explicando as regras e os procedimentos de segurança e, em seguida, recebem kits para higiene. Procuramos, também, ofertar todos os serviços necessários para garantir desde o básico, como a limpeza das celas, alimentação, até todo tipo de serviço médico. Realizamos vistorias diariamente e somos muito acessíveis às famílias, buscamos o acolhimento delas e a construção de um elo que torne a ressocialização dos internos mais eficaz”, explica Leandro. Para João Paulo Corrêia, agente penitenciário da unidade, a qualificação dos agentes faz toda a diferença na qualidade do trabalho oferecido na casa de Detenção Provisória de Altos. Isso aumentou o nível de segurança e também aproximou mais os agentes dos internos. “Trabalhamos de forma melhor e temos mais confiança, devido a nossas qualificações. Conseguimos ter uma aproximação maior com o detento e conhecemos todos pelo nome, sabemos das suas necessidades e trabalhamos de forma mais rápida, evitando crises e eventualidades, inclusive, por causa dessa aproximação. Estamos habilitados a resolver qualquer problema e tudo isso se deve a uma filosofia diferenciada, que empregamos aqui dentro”, explica João Paulo.
Acolhendo Vidas Um dos projetos que chamam a atenção dentro da Casa de Detenção de Altos e tem grande aceitação é o “Acolhendo Vidas”. Trata-se de um acolhimento feito, especialmente, com a família dos internos. Segundo a psicóloga Raíssa Ferraz, o projeto surgiu da carência que essas famílias têm de apoio e assistência. “O trabalho é realizado durante a visita. Antes da vistoria, onde acolhemos individualmente e em grupo os familiares, através de atividades como dinâmicas e rodas de conversas que abordam vários temas. O objetivo do acolhimento é preparar a família do reeducando para a ressocialização do mesmo. Realizar uma escuta mais elaborada sobre a realidade de cada família, o desenvolvimento de cada reeducando no âmbito familiar, orientar as famílias sobre a importância da presença de cada membro na ressocialização e promover espaços coletivos para a troca de experiências entre os familiares”, destaca Raíssa. Assim, as famílias são trazidas para dentro do processo de ressocialização e ainda recebem todo apoio psicológico e de assistência social. Segundo a assistente social Eudeli Araújo, quando um interno realmente busca a ressocialização, é na família que ele procura apoio. “No nosso dia a dia, constatamos que quase 100% dos internos possuem problemas no âmbito familiar. Procuramos sanar estes problemas e ajudar ambas as partes. Fazemos ainda uma intermediação entre a instituição penitenciária e os detentos e familiares a fim de colaborar com qualquer necessidade que eles venham a ter”, afirma Eudeli.
Resultados Fernanda da Silva, nome fictício da mãe de um interno da penitenciária que preferiu não se identificar, conta que, após a entrada do filho na unidade, o jovem está mais calmo e ela também. “A prisão do meu filho foi um impacto devastador para minha família. Antes de chegar aqui, ele havia passado por outros dois presídios, mas sempre agitado, com medo e dando trabalho. Aqui, a organização imposta e a disciplina proporcionaram mais segurança e estabilidade emocional a ele. As psicólogas e assistentes sociais nos recebem muito bem, e eu, que nunca me imaginei viver uma situação dessas, encontrei dentro dessa unidade mais apoio do que encontrei a vida inteira na minha família e amigos”, relata Fernanda. Outro fato que chama a atenção é que, segundo o diretor Leandro, em todas as vistorias realizadas, nunca foi encontrado nenhuma arma ou droga. Ele explica ainda que, isso é resultado do trabalho dos agentes e dos equipamentos de segurança que a unidade dispõe como: raios X de última geração, portais sensíveis a metais, detectores de metais e raquetes ou detectores manuais para inspeção mais próxima. Para Fernando da Silva, nome fictício de um interno, preso por roubo, toda essa estrutura e apoio está sendo fundamental para sua recuperação. Livre de qualquer tipo de substância tóxica, ele garante que vai se recuperar por sua mãe, Fernanda, que nunca desistiu dele. “Quando fui preso pela primeira vez, entrei em pânico, senti uma tristeza enorme e de presídio em presídio me perguntava como havia chegado àquela situação, e me pergunto até hoje. É lógico que não estou feliz aqui, porque preferia estar com minha família, mas nunca fui maltratado e tenho recebido todo tipo de ajuda aqui. Por meio do tratamento com a psicóloga, hoje, consigo entender melhor o que aconteceu e me conheço melhor. Nunca mais quero fazer minha mãe sofrer. Para mim, a família vem em primeiro lugar agora”, pontua Fernando.