Piaui em Pauta

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No Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, o Ceir é lembrado com importante

Pessoas com deficiência enfrentam desafios da inclusão

Publicada em 03 de Dezembro de 2015 �s 08h22


"Desculpe, não estamos preparados". Foi a resposta que a técnica de Enfermagem Katiucy Reis recebeu de 27 escolas de Teresina ao tentar matricular seu filho para estudar. Isso porque o Yves Reis, 7 anos de idade, possui paralisia cerebral, uma doença que causa, entre outras consequências, deficiências físico-motora e intelectual.

Para inserir o filho em escola regular, Katiucy teve que recorrer à justiça. "Após muita luta, consegui matricular meu filho. Porém, enviaram uma técnica de Enfermagem para auxiliar ele na escola. E o seu aprendizado, como fica? À parte do ensino da sua turma!", pondera.

O drama de Katiucy se repete em inúmeras famílias de pessoas com deficiência. Para refletir sobre essa e muitas outras dificuldades, no dia 3 de dezembro é celebrado o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. 

No Piauí, essa reflexão é feita diariamente no Centro Integrado de Reabilitação (Ceir), onde o Yves Reis realiza tratamento de reabilitação físico-motora desde os seus primeiros anos de vida e Katiucy Reis recebe orientações do serviço social e pedagogia para o melhor aproveitamento da vida escolar de seu filho.

Fruto de uma parceria público-privada, entre o Governo do Estado do Piauí e a Associação Reabilitar - organização social sem fins lucrativos que administra o Centro desde a sua fundação, há mais de sete anos - o Ceir foi fundado para realizar atendimentos de média e alta complexidade a pessoas com deficiência do Piauí. 

"Mas, além disso, ele cumpre um papel social em nosso Estado. Inserindo pessoas com deficiência na sociedade, por acreditar que antes de qualquer deficiência, há uma pessoa com potencialidades", afirma o presidente voluntário da Associação Reabilitar, Benjamim Pessoa Vale. 

Reabilitação de vidas e realização de sonhos

Nayara Linhares também possui paralisia cerebral. Em razão disso, ela é cadeirante e enfrenta limitações motoras, sensoriais, cognitivas, e a timidez. Mas nada que a tenha impedido de conquistar cerca de 20 medalhas, com apenas 22 anos de idade, em competições locais e regionais de natação.

"A Nayara chegou ao Ceir um pouco depois da inauguração do Centro, em 2008. Observamos nela habilidades extras, superior ao nível de reabilitação proposto em seu tratamento", comenta o reabilitador desportivo do Ceir, Childerico Robson.

Para Nayara, a natação é uma oportunidade de demonstrar as suas potencialidades. "Foi também por meio dela que minha socialização com as pessoas melhorou. E é nela que tenho a oportunidade de representar cada vez melhor o Piauí", pontua, com um largo sorriso no rosto. 

A para-atleta também é destaque fora das águas. Nas sessões de Musicoterapia do Ceir, ela se junta a outros sete pacientes que formam a Banda Tocando Em Frente. 

O grupo é uma ponte para a inclusão social e artística dessas pessoas. Uma delas é o João Inocêncio, que sofreu um grave acidente automobilístico há seis anos. Aos 22 anos de idade, João comemora sua nova vida ao lado de sua mãe, Carmem Soares.

"O acidente comprometeu a memória, a fala e alguns movimentos dele. Pensei que nunca ouviria meu filho voltar a falar novamente, hoje ouço ele cantando e o assisto tocando na banda do Ceir", comenta Carmem. 

Tocando Em Frente é o nome do grupo de música formado por pacientes do Ceir, mas também é o lema da vida de muitas pessoas com deficiência, nos desafios da inclusão. É diante disso que o Ceir estimula essas pessoas a superarem os seus limites e conquistarem mais independência e qualidade de vida, contribuindo, assim, para a inclusão social.

 



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Fonte: Governo do Estado �|� Publicado por:
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