BUENOS AIRES — Num clima de forte expectativa em todo o país, o porta-voz da Marinha argentina informou nesta quinta-feira o que tanto se temia: a anomalia hidroacústica detectada pelos Estados Unidos quarta-feira passada, último dia em que o submarino ARA San Juan comunicou-se com uma base naval, foi identificada como “um evento anômalo singular curto, violento, não nuclear e consistente com uma explosão”. Para determinar que não tratou-se de um evento nuclear, o governo argentino fez consultas através de seu embaixador na Áustria, que é membro de uma organização de controle de provas nucleares. A informação sobre a anomalia hidroacústica foi enviada na quarta-feira pelos Estados Unidos.
— Segundo os relatórios (em mãos da Marinha) houve uma explosão — declarou Balbi.
Na véspera, o porta-voz mencionara apenas uma anomalia hidroacústica. Nesta quinta, Balbi assegurou que em base a informações transmitidas pela embaixador argentino na Áustria confirmou-se que a anomalia era “consistente com uma explosão”.
— Não sabemos a causa (da explosão) — disse o porta-voz da Marinha.
Balbi destacou que os relatórios enviados pelos Estados Unidos e pelo embaixador apontam a mesma região e por isso a Marinha determinou que tratou-se da mesma anomalia, não relacionada a provas nucleares.
— A informação (dada pelo embaixador) coincide com outro indício que tínhamos na quarta-feira. Concretamente, se recebeu uma informação sobre um evento anômalo singular, curto, violento e não nuclear consistente com uma explosão — explicou o porta-voz.
Os Estados Unidos registraram a anomalia hidroacústica às 10h31 de quarta-feira da semana passada, três horas após a última comunicação do submarino.
— Seis unidades estão varrendo a região para localizar o submarino. Continuamos buscando até ter evidência concreta sobre onde está o submarino e nossos 44 tripulantes. Até não ter certezas ou outros indícios continuaremos com o esforço de busca. Não podemos fazer uma afirmação concludente — concluiu Balbi.
Alguns familiares saíram da base naval de Mar del Plata furiosos com a Marinha argentina. Em declarações a meios de comunicação, a esposa de um tripulante disse que a Marinha informou às famílias que o submarino estaria a 3 mil metros de profundidade.
— São uns mentirosos, desgraçados e perversos. Por que não nos disseram antes! Como não vão saber que tinha ocorrido uma explosão — declarou Itati Leguizamón, esposa de um tripulante.
Segundo ela, "se ela uma falha leve porque agora falam em explosão? Mentiram para nós".
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— Estamos todos indignados... este submarino teve problemas em 2014, nunca deveria ter navegado — contou Itatí.