
Dilma Rousseff encerrou, nesta quarta-feira, o seminário The Brazil Infrastructure Opportunity. Segundo a presidente, o plano brasileiro de infraestrutura – que visa buscar investimentos estrangeiros para o país – faz parte da segunda fase da estratégia de crescimento criada pelo governo federal e ele deve ser posto em prática paralelo a outros projetos em andamento no país. “Vamos fazer reformas com o carro andando. O Brasil não tem tempo de esperar", declarou.
Dilma destacou ainda que o Brasil tem um grande gargalo em infraestrutura, mas que há avanços nessa área. "Atualmente, o Brasil está formando mais engenheiros que advogados", ressaltou lembrando que isso demonstra investimentos.
Segundo a presidente, "nos últimos dez anos, nós que assistimos à construção do mercado interno do Brasil temos a consciência de como ele é potente", declarou. "O problema no Brasil é que o consumo é reprimido. Ao ter acesso a essas possibilidades de consumo, o desejo muda e a demanda também muda", destacou.
Dilma citou os programas sociais, entre eles o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida, como os grandes responsáveis por essas mudanças. Segundo a presidente, eles foram os responsáveis por incluir grande parte da população nesse mercado consumidor.
Para garantir essa segunda fase de crescimento, ela destacou dois pontos principais: o rigor fiscal – "achamos que a responsabilidade fiscal é questão da estabilidade"”; e o sistema financeiro "sólido".
"Queremos que esse programa de infraestrutura seja um sucesso: com benefícios para o investidor, usuário, para a população", disse. "O que a população brasileira deixa claro é que quer ir para frente, quer avançar", completou.
Por meio de números, a presidente demonstrou esse potencial de crescimento. "O movimento dos aeroportos cresceu 180%; das rodovias, 95%", destacou, afirmando que estas áreas ainda podem crescer. "E nós vamos fazer todas as reformas com o carro andando. O Brasil não tem tempo de esperar", declarou.
O modelo de concessão utilizado atualmente pelo governo faz parte do primeiro ciclo de investimentos no país. A meta, segundo a presidente, é construir sete mil quilômetros de ferrovias e dez mil de rodovias. Três leilões na área de petróleo e gás já estão previstos. "O Brasil vai se posicionar como grande produtor e exportador de petróleo no mundo", visualizou.
Além disso, "queremos banda larga e capacidade real de banda larga". Dilma disse que inovação, ciência e tecnologia são itens fundamentais para o Brasil. "Nós não queremos perder o barco, como perdemos na ferrovia. Não queremos perder o avião da história".
Por fim, a presidente declarou que os investidores e as empresas internacionais são muito bem vindas. "O Brasil é muito grande e tem espaço para isso".
Organizado pelo Grupo Bandeirantes em parceria com o Metro Jornal e o banco americano Goldman Sachs, o seminário The Brazil Infrastructure Opportunity visa atrair investidores para o Brasil.