O presidente da Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) do Senado Federal, senador Fernando Collor (PTB-AL), rasgou durante a reunião desta quarta-feira (8) o documento com as informações enviadas pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) sobre a situação das obras em rodovias federais, sob a alegação de que se tratavam de dados falsos.
Enquanto Collor lia, nesta manhã, a prestação de contas do Dnit sobre o cumprimento dos prazos assumidos perante a comissão pelo diretor-geral do órgão e a situação das obras, os senadores Acir Gurgacz (PDT-RO) e Valdir Raupp (PMDB-RO) informaram que, há poucos dias, estiveram na BR-364 em Rondônia, quando constataram que as obras não estavam acontecendo.
No relatório, o Dnit havia informado que as obras tinham recomeçado na última semana de abril.
"A Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado, os integrantes desta comissão, nós não podemos aceitar informações falseadas. Nós temos é que rasgar isso aqui e devolver para o diretor-geral do Dnit, para que ele tome providências", afirmou Collor.
Em seguida, ele rasgou o documento e solicitou a um servidor da CI que colocasse os pedaços dos papéis rasgados em um envelope e encaminhasse para o diretor do Dnit, alegando que a comissão não aceitaria mais as "mentiras" que ali constavam.
Collor também criticou duramente o que classificou de "exagero" de técnicos do TCU (Tribunal de Contas da União); a decisão pela paralisação das obras e redução dos valores estabelecidos pelas licitações.
Ele citou o exemplo da BR-101 em Pernambuco, paralisada pelo TCU, que teria mandado repactuar o valor de R$ 142 milhões para R$ 133 milhões.
A empresa, como informou o presidente da CI, não aceitou a correção e houve a rescisão do contrato. Foi realizada então outra licitação, mas nenhuma empresa se apresentou. Em uma segunda licitação, disse o senador, a proposta mínima foi de R$ 182 milhões.
"Esse TCU tem que colaborar. Esses técnicos do TCU também, prepotentes, incompetentes, inexperientes, que ficam criando dificuldades as mais extravagantes e, o pior é que, em nome da boa execução financeira da obra, e não é! As obras que estão paralisadas têm um preço, no final, duplicado, triplicado", disse Collor.