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Empresa envolvida com cambistas é suspeita de superfaturar diárias em hotéis

Publicada em 08 de Julho de 2014 �s 10h54


 Imagem: Clique para ampliar No centro do escândalo da venda ilegal de ingressos para os jogos da Copa, a Match Services — que teve nesta segunda-feira seu diretor-executivo, o inglês Raymond Whelan, preso na operação que desbarata a ação de cambistas — é também suspeita de ter superfaturado o preço de diárias de hotéis nas 12 cidades-sede do Mundial. Em 2013, pacotes de hospedagem para o período dos jogos chegaram a ser oferecidos pela empresa com ágio de até 50%. O caso mobilizou o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que instaurou um inquérito administrativo, e o Ministério Público Federal, que também investiga o caso. Para as autoridades brasileiras de turismo, a ação da Match acabou marcando negativamente o país como destino caro para o visitante estrangeiro. Escolhida pela Fifa, a Match Services é quem fornece ingressos e vende pacotes de hospedagem para estrangeiros nas Copas. Detém, por exemplo, o direito exclusivo de reservas em hotéis para as seleções participantes, autoridades, representantes, convidados e funcionários da Fifa e do Comitê Organizador Local, além de prestadores de serviços. No monopólio, também estão incluídas todas as reservas de parceiros comerciais e integrantes da imprensa. saiba mais Bancos funcionam de 8h30 a 12h30 hoje; agências não abrem em SP na quarta Alemanha se prepara para a quarta semifinal seguida na Copa do Mundo Suspeito de chefiar venda ilegal de ingressos da Copa é solto no Rio Brasil tenta ir à final com time que nunca jogou junto Löw nega favoritismo alemão e diz que ausência de Neymar fortalece Brasil Leia mais sobre Copa 2014 Apenas no Rio, cerca de 80% dos quartos de hotéis de quatro e cinco estrelas foram bloqueados (reservados) pela Match. Em todo o Brasil, a empresa teria firmado contratos com 929 hotéis brasileiros. Nesta segunda-feira, ainda era possível ver no site da empresa uma oferta para o Hotel Windsor Florida, no Rio, onde a diária saía por R$ 1.062. Em outro site de hotéis, o valor, no mesmo período, caía para R$ 499. O GLOBO telefonou para o hotel e foi informado de que uma diária, de terça para quarta, saía a R$ 688, com todas as taxas incluídas. CONTRATOS SUSPEITOS O procurador Frederico Paiva, da Procuradoria da República no Distrito Federal, que comanda a investigação sobre o caso, informou nesta segunda-feira que, no ano passado, formulou representação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) contra a Match Services. A base de sua investigação surgiu depois de o procurador analisar os contratos que a Match firmou com os hotéis brasileiros. — Entendi que o contrato possibilitava a venda casada. Fora isso, a taxa de 30% cobrada era muito superior à cobrada pelas demais agências de turismo, que gira em torno de 5%. Pedi uma investigação ao Cade, que instaurou inquérito administrativo. Até hoje não tive retorno do resultado do inquérito do Cade — disse Frederico Paiva. O procurador chegou a ter reuniões com a Fifa e os representantes da Match, no ano passado. Tentava, pelas vias legais, obter dados da atividade da empresa no Brasil. Frederico Paiva explicou que pediu informações também sobre a quantidade de ingressos postos à venda pela empresa, mas não nunca obteve os dados. — A Fifa afirmou que a Match é parceira da entidade máxima do futebol há anos e que não poderia fornecer os dados. Posso dizer que encontramos muitas dificuldades para ter acesso aos dados, pela absoluta falta de transparência tanto da Fifa como da Match, que nunca enviaram os dados solicitados, como a quantidade de ingressos que seriam vendidos durante o Mundial — afirmou o procurador. O secretário estadual de Turismo, do Rio, Cláudio Magnavita, acompanhou de perto a polêmica sobre os preços dos hotéis durante a Copa. Segundo ele, ficou provado que a grande vilã da história foi a Match Services, que, com o monopólio do serviço, fez com que as diárias disparassem, prejudicando a imagem do país. — A Match reservava vagas nos hotéis por um preço e cobrava o triplo do seu cliente. Na época, os preços acabaram disparando em todo o país. Ficamos com um legado amargo: consolidou-se a imagem de um país caro para o turista estrangeiro — afirmou Magnavita. Segundo nota do Cade, o inquérito instaurado em 23 de agosto de 2013 para apurar denúncia apresentada pelo MPF de práticas de venda casada e preço abusivo continua aberto “para continuar fiscalizando a conduta da Match ao longo da Copa do Mundo, razão pela qual o inquérito foi prorrogado em 10 de junho”. De acordo com o Cade, ao longo da instrução do inquérito, a empresa informou que a cláusula de exclusividade fora retirada dos contratos, e juntou comprovantes de comunicação aos hotéis. A Embratur não quis falar sobre o assunto. Explicou, em nota, que o debate sobre a questão de tarifas hoteleiras praticadas no Brasil resultou na criação do Comitê Interministerial para Acompanhamento de Preços na Copa, liderado pela Secretaria Nacional de Direito do Consumidor, do Ministério da Justiça. Segundo a Embratur, “desde então, é o órgão que vem se pronunciando sobre o assunto”. No ano passado, entretanto, a Embratur reclamou da prática da Match.

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Fonte: Vooz �|� Publicado por:
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