O Brasil registrou no semestre a criação de 1.047.914 vagas com carteira assinada. O número representa uma queda de 25,92% em relação ao mesmo período de 2011 e reflete a desaceleração da economia neste ano.
O dado é do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgado nesta segunda-feira, e representa o saldo entre as admissões e os desligamentos no período.
O saldo de janeiro a junho representa o pior resultado para o período desde o primeiro semestre de 2009, quando foram geradas 397.936 vagas formais.
O desempenho é fruto do fraco avanço da economia, abalada por fatores como o alto endividamento das famílias e a crise internacional. O PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 0,2% no primeiro trimestre e o último dado de atividade do Banco Central, de maio, mostrou novo recuo.
A desaceleração já forçou uma série de instituições a revisar a estimativa de crescimento da economia neste ano. Bancos e consultorias, por exemplo, já consideram um nível inferior a 2%.
SETORES
No seis primeiros meses do ano, os oito setores da atividade econômica tiveram expansão no emprego. O maior número de novas vagas foi registrado no setor de serviços, com 469.699 postos de trabalho.
Em seguida, veio o setor de construção civil, que criou 205.907 novas vagas e registrou o terceiro melhor saldo trimestral da série histórica.
Entre os Estados, houve retração apenas em Alagoas, onde foram fechados 37.595 postos de trabalho formais. De acordo com o Ministério do Trabalho, a queda está ligada à sazonalidade no complexo sucroalcooleiro.
O resultado foi recorde no Amapá (22.234 vagas) e no Pará (1.938 postos de trabaho). Em números absolutos, São Paulo lidera a criação de novos empregos, com 335.980 vagas.