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Jair Bolsonaro comenta demissã

Jair Bolsonaro comenta demissão de Sérgio Moro: frases.

Publicada em 24 de Abril de 2020 �s 23h24


O presidente Jair Bolsonaro comentou na tarde desta sexta-feira (24) a saída do agora ex-ministro da Justiça, Sergio Moro.

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Veja as principais frases:
"Senhores e senhoras, boa tarde; meus ministros, imprensa, povo brasileiro que me assiste. Sabia que não seria fácil. Uma coisa é você admirar uma pessoa, outra é conviver com ela, é trabalhar com ela."
Bolsonaro comenta decisão de Moro: 'uma coisa é você admirar uma pessoa, outra é conviver'

"Hoje pela manhã, por coincidência, tomando café com alguns parlamentares, eu lhes disse: 'hoje vocês conhecerão aquela pessoa que tem um compromisso consigo próprio, com seu ego e não com o Brasil. O que eu tenho ao meu lado, e sempre tive, foi o povo brasileiro. Hoje essa pessoa vai buscar uma maneira de botar uma cunha entre eu e o povo brasileiro. Isso aconteceu há poucas horas."
Histórico da relação com Moro
"Um breve histórico. Todos nós conhecemos o senhor Sergio Moro das suas decisões lá da Vara Federal de Curitiba. A Lava-Jato já existia, mas ninguém nega o seu brilhante trabalho. Eu, pessoalmente, tive o primeiro contato com o senhor Sérgio Moro no dia 30 de março de 2017, no Aeroporto de Brasília, onde ele estava parado numa lanchonete e eu fui cumprimentá-lo. Ele praticamente me ignorou. A imprensa toda noticiou isso, dando descrédito a minha pessoa. Confesso que fiquei triste, porque ele era um ídolo pra mim. Eu era apenas um deputado, humilde deputado como é ou como são a maioria dos que estão no parlamento brasileiro. Não vou dizer que chorei porque estaria mentindo, mas fiquei muito triste".


"Para minha surpresa, alguns dias depois, eu estava em Parnamirim e recebi um telefonema dele onde, obviamente, a sua consciência tocou e ele conversou comigo sobre o episódio. Eu dei por encerrado o assunto, me senti, de certa forma, reconfortado".
Sobre Moro e a campanha eleitoral
"O tempo passou. Eu, numa pré-campanha e ele com as suas sentenças em Curitiba. Com o passar do tempo, entrei em campanha e como, do meu entendimento, não tinham como me deter, tentaram me assassinar. Obviamente isso marca a história de uma nação, muito mais a minha vida, a da minha família, e em especial a da minha filha Laura de nove anos de idade. Acabou o 1º turno e eu passei, fui para o 2º turno com o senhor Haddad do PT. Eu no (hospital Albert) Einstein em São Paulo recebi uma ligação de uma pessoa que queria fazer com que o Sergio Moro queria me visitar. Eu fiquei feliz, mas reclinei. Ele não esteve comigo durante a campanha, eu não sei em quem ele votou no 1º turno, e nem quero saber, o voto é sagrado, e secreto. Mas eu evitei conversar com ele entre o 1º e 2º turno porque essa visita se tornaria pública e eu não queria aproveitar do prestígio dele para conseguir a vitória no 2º turno."

Acordo para assumir ministério
"Após então a nossa vitória, a vitória da democracia, da liberdade, das eleições livres, eu recebi o senhor Sergio Moro na minha casa na Barra da Tijuca. Presente ao meu lado o Paulo Guedes, o homem que eu já havia escolhido para ser ministro da Economia, e ali traçamos como ele seria tratado caso aceitasse o nosso convite para ser ministro da Justiça. Obviamente, repito, ele não participou da minha campanha. Acertamos assim como fizemos com todos os ministros: vai ter autonomia no seu ministério, mas autonomia não é sinal de soberania. A todos os ministros falei do meu poder de veto, os cargos chaves, tenho que passar pelas minhas mãos e eu daria o sinal verde ou não. Para todos os ministros foi feito isso. Mais de 90% dos cargos que passaram pela minha mão eu dei sinal verde, assim foi com o senhor Valeixo, até ontem diretor da nossa honrada PF".
Sobre a indicação de Valeixo
"A indicação foi do senhor Sergio Moro. Apesar de a Lei de 2014 dizer que a indicação para esse cargo, a nomeação é exclusiva do senhor presidente da República. Abri mão disso, porque confiava no senhor Sérgio Moro. E ele levou a sua equipe, trouxe a sua equipe aqui para Brasília. Todos os cargos chaves são de Curitiba. Inclusive, a Polícia Rodoviária Federal. Lógico, me surpreendeu. Será que os melhores quadros da PF, todos estavam em Curitiba? Mas vamos confiar. Vou mandar um crédito, e assim nós começamos a trabalhar".

Sobre estar contra investigações
"Os senhores da imprensa bem sabem que eu não conto com isenção, na maioria das vezes, por parte de vocês, nas matérias publicadas. Desde o começo já se começou a falar que eu estava dificultando operações de combate à corrupção porque as operações, com muito menos intensidade, apareciam. Mas é óbvio que isso ia acontecer. Se as nossas indicações para os ministérios, bancos oficiais e estatais não passavam por indicações partidárias, tá na cara que a fonte da corrupção não era tão abundante como antigamente. Isso começou a abater sobre mim, como se eu tivesse contrário à Lava Jato. Isso não é verdade. As grandes operações da PF, no passado, foram em cima de estatais ou de empreiteiros que faziam obras e arrancavam recursos via bancos oficiais, em especial o BNDES. Nós botamos um ponto final nisso. Isso foi muito caro para mim".

Sobre apoio político
"Poderosos se levantaram contra mim. E é uma realidade, é uma verdade. Eu estou lutando contra um sistema, contra o establishment. Coisas que aconteciam no Brasil praticamente não acontecessem mais. E me desculpe a modéstia. Em grande parte pela minha coragem de indicar um time de ministros comprometido com o futuro do Brasil. Continua não sendo fácil, mas pode ter certeza hoje em dia eu conto com muitos parlamentares dentro do Congresso Nacional que já comungam dessa tese, de vários partidos, exceto da extrema esquerda porque o que eles querem, no final das contas, é roubar a nossa liberdade. No que depender de mim, não medirei esforços para que isso não aconteça. Dizer ao prezado ex-ministro Sergio Moro, como o senhor disse hoje, na sua coletiva, o senhor disse que tinha uma biografia a zelar, eu digo a vossa senhoria que eu tenho um Brasil a zelar".
Sobre interferências na PF
Fala-se em interferência na PF, oras bolas, se eu posso trocar um ministro, por que não posso de acordo com a lei trocar o diretor da PF? Eu não tenho que pedir autorização pra ninguém, pra trocar o diretor ou qualquer um outro. Que esteja na pirâmide hierárquica do poder executivo. Será que é interferir na PF quase que exigir e implorar a Sergio Moro que apure quem mandou matar Jair Bolsonaro? A PF de Sergio Moro mais se preocupou com Marielle do que com seu chefe supremo, cobrei muito dele isso aí, não interferi, eu acho que todas as pessoas de bem no Brasil querem saber, e entendo, me desculpe seu ex-ministro, entre meu caso e o da Marielle, o meu está muito menos difícil de solucionar, afinal de contas o autor foi preso em flagrante delito, mas pessoas testemunharam, telefones foram apreendidos, 3 renomados advogados em menos de 24 horas estavam lá pra defender o assassino. Isso é interferir na Polícia Federal? Será que pedir à Polícia Federal, quase que implorar, via ministro, pra que fosse apurado o Caso Marielle, no caso porteiro da minha casa 58, na avenida Lúcio Costa, 3100?"
Caso do porteiro
"Quase que por acaso descobrimos, e se não eu pedisse para o meu filho ir na portaria e filmar a secretária eletrônica? Talvez até hoje ficasse a dúvida para todos que eu poderia estar envolvido nisso? Isso foi numa quarta-feira de março de 2018, onde entre a ligação do porteiro pra minha casa e as minhas digitais nos painéis de presença da câmara tinha um espaço de menos de uma hora! Eu não estava lá. Depois a perícia da Polícia Civil do Rio ainda chega à conclusão que aquela voz não é do porteiro em questão. Será que é interferir na Polícia Federal exigir uma investigação sobre esse porteiro? O que aconteceu com ele?"
"Ele foi subornado? Ele foi ameaçado? Ele sofre das faculdades mentais? O que aconteceu pra ele falar com tanta propriedade um fato que existiu há praticamente 1 ano atrás? É exigir da Polícia Federal muito? Via seu ministro? Pra que esse porteiro fosse investigado? Com todo respeito a todas as vidas do brasil, acredito que a vida do Presidente da República tem um significado".
"Afinal de contas, é um chefe de estado. Isso é interferir na Polícia Federal? Cobrar isso da sua Polícia Federal? Confesso que ao longo tempo, como bem vos lhes disse, uma coisa é ter uma imagem e conhecer uma pessoa, a outra é conviver com ela. Nunca pedi pra ele que a PF me blindasse onde quer que fosse".
Indicação de Moro ao STF
"Já que ele falou em algumas particularidades, mais de uma vez o senhor Sérgio Moro disse pra mim: você pode trocar o Valeixo, sim, mas em novembro, depois que o senhor me indicar para o Supremo Tribunal Federal. Me desculpa, mas não é por ai. Reconheço suas qualidades. Em chegando lá, se um dia chegar, pode fazer um bom trabalho, mas eu não troco. E outra coisa, é desmoralizante para um presidente ouvir isso."

Gastos públicos
"Quando se fala em corrupção, eu falo da minha vida particular. Nos últimos 2 anos de parlamentar gastei menos da metade do que poderia gastar da sua cota parlamentar, como passagem aérea, com despesa de combustível, alimentação, de aluguéis"
"Na vida de presidente da República, eu tenho três cartões corporativos. Dois são usados para despesas, as mais variadas possíveis, que afinal de conta mais de 100 pessoas estão na minha segurança diariamente. Despesas de casa normal, e um terceiro cartão que eu posso sacar 24 mil por mês sem prestar conta. Eu posso sacar 24 mil reais e gastar onde eu bem entender. Tenho essa verba desde janeiro. E quantas vezes eu usei? Zero".
"Eu desliguei o aquecedor da piscina olímpica do Alvorada, modificamos o cardápio, mas isso não tem nada a ver. Isso é só para lembrar que eu tenho preocupação com a coisa pública e busco dar exemplo. Quando se fala em interferência e tenho aqui um ministro tão importante quantos os demais, nos somos uma corrente e nem um elo é mais forte que uma corrente".
"Nunca pedi para blindar ninguém da minha família. Jamais faria isso".
Relação com Valeixo e PF
"Ontem, numa videoconferência, o senhor Valeixo se dirigiu a todos os seus 27 superintendentes e disse que desde janeiro vinha falando com o senhor Sérgio que iria deixar a Polícia Federal. Superintendentes são a prova disso. E algumas vezes falei com o Sérgio Moro sobre a PF. (...) E o que eu quero, o que nós queremos da PF? Que ela seja usada em sua plenitude, que as suas operações sejam, no mínimo mantidas, no que depender de mim, potencializadas. Que é que com o trabalho dela que nós damos esperança, num primeiro momento, à população brasileira. O combate à corrupção, ao crime organizado. E, como o mesmo senhor Valeixo disse, estava cansado, eu comecei a fazer gestões com o ministro para trocarmos o diretor-geral da Polícia Federal. Era intenção dele, como ele declarou.
"Mas eu também quero que o ministro confie em mim. Sempre falei para ele, Moro: não tenho informações da PF. Eu tenho que todo dia ter um relatório do que aconteceu em especial nas ultimas 24 horas pra poder bem decidir o futuro dessa nação, eu nunca pedi a ele o andamento de qualquer processo. Até porque a inteligência com ele perdeu espaço na Justiça. Quase que implorando informações, e assim, eu sempre cobrei informações dos demais órgãos de inteligência oficiais do governo, como a Abin, que tem à frente o delegado da PF, uma pessoa que eu conheci durante a minha campanha e tem um nome, e é respeitado pelos seus companheiros."
Sobre acusação de ser 'mentiroso'
"Sobre a exoneração do doutor Valeixo, diretor-geral da Policia Federal, pela lei 13.047 de 2014 é prerrogativa do presidente da República a nomeação e a exoneração do diretor geral bem como de vários outros cargos da administração direta. A exoneração ocorreu após uma conversa minha com o ministro da Justiça pela manhã de ontem. À noite, eu e o doutor Valeixo conversamos por telefone e ele concordou com a exoneração a pedido. Desculpe, senhor ministro, você não vai me chamar de mentiroso. Não existe uma acusação mais grave para um homem como eu, militar, cristão e presidente da República do que ser acusado disso. Essa foi minha conversa com o Doutor Valeixo."

Decepção e súplicas
“Estou decepcionado e surpreso com o seu comportamento. Não se dignou a me procurar e preferiu uma coletiva de imprensa para comunicar sua decisão. Meu compromisso é com a verdade, sem distorções. Não são verdadeiras as insinuações de que eu desejaria saber sobre investigações em andamento. Nos quase 16 meses em que esteve à frente do ministério da Justiça, o sr. Sérgio Moro sabe que jamais lhe procurei para interferir nas investigações que estavam sendo realizadas, a não ser aquelas, não via interferência, mas quase como uma súplica sobre o Adélio, o porteiro e meu filho 04.”
Tags: Jair Bolsonaro - O presidente Jair

Fonte: globo �|� Publicado por: Da Redação
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