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Metroviários não chegam a acordo com governo de SP

Publicada em 09 de Junho de 2014 �s 20h10


Alex Fernandes, um dos diretores do Sindicato dos Metroviários discursa para grevistas em assembleia   Alex Fernandes, um dos diretores do Sindicato dos Metroviários discursa para grevistas em assembleia   Imagem: O GloboAlex Fernandes, um dos diretores do Sindicato dos Metroviários discursa para grevistas em assembleia   Terminou pouco depois das 18h e sem acordo mais uma reunião entre representantes do governo do estado e do Sindicato dos Metroviários para tratar da greve da categoria, iniciada na quinta-feira da semana passada. O secretario de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, disse apenas que não houve entendimento ao deixar o prédio da Superintendência Regional do Trabalho, onde ocorreu o encontro. O governo paulista não aceitou rever 42 demiss?es de metroviários processadas nesta segunda-feira. Outras 13 demissões estão em análise - são os grevistas presos nesta manhã na estação Ana Rosa. Pela manhã, o governo paulista chegou a anunciar que 60 metroviários, no total, seriam demitidos. O Metrô funciona parcialmente nesta segunda-feira. O presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino dos Prazeres, disse que a entidade não tem intenção de atrapalhar a Copa do Mundo, mas que a paralisação continuará para defender os trabalhadores demitidos. Ele pediu ajuda das centrais sindicais na tentativa de reverter as demissões anunciadas. saiba mais Metrô: cerca de 60 metroviários grevistas serão demitidos Wagner cede e greve da PM acaba na BA Greve nas universidades federais leva ano letivo para 2013 Fim de semana decisivo para acordo entre servidores e o governo Justiça concede liminar proibindo corte do ponto de servidores federais Leia mais sobre Greve - Somos o elo mais fraco. A tendência é manter a greve e defender os 42 trabalhadores. Se demitir mais, não vai ter Metrô para a população porque não tem pessoas treinadas para operar - salientou, acrescentando que a manutenção da greve deve ser decidida esta noite em assembleia da categoria. Prazeres disse ter aceitado até mesmo que o governo abrisse inquérito para apurar a conduta de grevistas que teriam agido com violência e, mesmo assim, não houve acordo. - Se o governador aceitar (não demitir os 42 funcionários), a greve termina - afirmou Prazeres. Após o encontro, Oo Ministério Público do Trabalho (MPT) protocolou pedido de execução da multa estipulada pela Justiça do Trabalho contra o Sindicato dos Metroviários. O sindicato recebeu multa de R$ 100 mil por dia de paralisação quando não manteve 100% da frota no horário de pico. Além disso, outros R$ 500 mil por não retomar o trabalho após a greve ser julgada abusiva, no domingo. O encontro entre as partes, pedido por Luis Antonio Medeiros, chefe da Superintendência Regional do Trabalho, teve início por volta das 15h e durou cerca de três horas. Após o anúncio das demissões, os grevistas suspenderam a assembleia da categoria que estava marcada para as 13h para tratar dos rumos da greve. Ao fim do encontro, Medeiros disse que a posição do governador Geraldo Alckmin decepcionou a todos, pois havia sinal verde do Palácio dos Bandeirantes para negociar o fim da greve e o sindicato dos metroviários havia se comprometido a encerrar a paralisação se as demiss?es fossem revistas. Por volta das 16h30m, a reunião entre as partes foi suspensa para que o presidente do Metrô, Luis Antonio Pacheco, e o secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, conversassem com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) por telefone sobre os pontos em que seria possível o governo do estado ceder. Participaram também do encontro representantes das centrais sindicais que apoiam a greve dos metroviários. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), também presente, saiu do encontro antes do término e disse ter feito um apelo para que as partes chegassem a um acordo que ponha fim à paralisação. Suplicy disse que não falou com a presidente Dilma Rousseff sobre o assunto. - Vou me encontrar com ela domingo, na convenção do PT. Estou tentando um encontro com ela desde janeiro e não consigo - afirmou. A reunião foi pedida por Medeiros, por sugestão da Força Sindical. Paulo Pereira da Silva, ex-presidente da Força, afirmou que a greve dos metroviários afeta todos os trabalhadores. O Sindicato dos Metroviários de São Paulo não é filiado a nenhuma central sindical. Há cerca de dois meses foi feito plebiscito entre a categoria para discutir sobre filiação a uma central, mas a maioria decidiu que o sindicato deveria ficar independente. AS DEMISSÕES Mais cedo, após ameaças do governador Geraldo Alckmin (PSDB), o governo anunciou que 60 metroviários seriam demitidos. Havia previsão de mais demissões ao longo do dia e de afastamento de grevistas ligados ao sindicato, que não podem ser demitidos por estabilidade assegurada por lei, segundo o Metrô. - Na medida em que a greve foi declarada abusiva, se as pessoas não voltam a trabalhar, o metrô não pode funcionar, e elas precisam ser desligadas, e por justa causa - declarou Alckmin à Agência Brasil. A três dias do início da Copa do Mundo, a greve em São Paulo entrou no quinto dia e começou com manifestação, às 5h, na estação Ana Rosa, Vila Mariana, Zona Sul, nesta segunda-feira. Manifestantes interditaram a Rua Vergueiro, ao lado da estação, e colocaram fogo em entulhos e pedaços de madeira. A Tropa de Choque da Polícia Militar reagiu e usou bombas de efeito moral para dispersar os manifestantes. Grevistas e integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) foram para a entrada do prédio da Secretaria de Transportes Metropolitanos e do Metrô de São Paulo, que ficam na Rua Boa Vista, centro da cidade. O MTST deu apoio aos metroviários. E a intenção era a secretaria para exigir que o governo negocie com os metroviários. Ao meio-dia, o grupo se dispersou. O presidente do sindicato, Altino Prazeres, ao saber das demissões, declarou que o governador Geraldo Alckmin “joga gasolina no fogo”. - Se o governador for fazer demissões, vai ampliar o conflito. Começo a desconfiar de que há algum interesse do governador de que esta greve continue. Vamos tentar rever as demissões ainda durante a greve. Ele vai demitir todo mundo? Ele joga gasolina para apagar o fogo - declarou Prazeres. Sobre a multa diária de R$ 500 mil, estipulada pelo TRT, Prazeres disse que vai recorrer porque o sindicato não tem condições de pagar. No domingo, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) considerou a greve abusiva. Em entrevista à TV Globo, o secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, disse que os primeiros demitidos foram identificados como autores de atos de vandalismo, incentivadores da população a pular catraca e uso de equipamento de som durante a greve. Ele disse que 1.198 funcionários operacionais deveriam trabalhar nesta segunda-feira. Até o final da manhã apenas 29% do quadro de empregados estavam trabalhando. - Depois do resultado do TRT, ainda insistir na greve é uma medida tresloucada, completamente insana. O bom senso deve prevalecer nessa reta final. Eles não só podem, como devem ser demitidos por justa causa. É uma obrigação - declarou o secretário. 13 DETIDOS Ainda segundo o presidente do sindicato, 70 metroviários que faziam piquetes chegaram a ser mantidos dentro da estação pela polícia e alguns foram liberados. Treze pessoas foram levadas para o 36º Distrito Policial. A estação Ana Rosa foi aberta às 8h, com a Tropa de Choque dentro do local. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública informou que as 13 pessoas foram detidas “após tentarem impedir o funcionamento da Estação Ana Rosa do Metrô”. Segundo a delegada Roberta Guerra, plantonista do 36° DP, todos serão liberados depois de assinarem um termo circunstanciado e responderão judicialmente pelo artigo 201 do Código Penal (participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, provocando a interrupção de obra pública ou serviço de interesse coletivo). No início da manhã, a Tropa de Choque da Polícia Militar usou bombas de efeito moral também para dispersar também um grupo de estudantes que incentivam a greve dos metroviários. Os jovens se afastaram por uma quadra da estação, onde também funciona um terminal de ônibus, e ocuparam o outro lado da via. O trânsito da Rua Vergueiro precisou ser desviado enquanto o Corpo de Bombeiros apagava o fogo colocado durante piquete na via. Apenas as linhas 4-Amarela, privatizada, 2-Verde e 5-Lilás funcionam normalmente. Das 65 estações de todos os ramais, 50 estão abertas. Segundo o Metrô, a Linha 1-Azul funciona entre as estações Jabaquara e Luz. Já a Linha 3-Vermelha opera entre as estações Penha e Marechal Deodoro. Devido à continuidade da greve, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) manteve a suspensão do rodízio nesta segunda-feira para veículos com placas 1 e 2. As empresas de ônibus afirmam que 100% das frotas estão nas ruas. MULTA DIÁRIA DE R$ 500 MIL No domingo, os metroviários decidiram manter a paralisação do metrô paulista, apesar de o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) ter decretado a greve abusiva e determinado o pagamento de multa diária de R$ 500 mil aos dois sindicatos da categoria - o dos metroviários e o dos engenheiros. O desembargador Rafael Pugliese, relator do processo, afirmou que a paralisação é abusiva porque não foi assegurado o mínimo de serviço à população. Também em votação unânime, os desembargadores determinaram o desconto dos dias parados e a não estabilidade no emprego. À noite, o governador Geraldo Alckmin ameaçou demitir, por justa causa, os grevistas que não retornassem ao trabalho nesta segunda-feira. - Quem não for trabalhar, incorre em possibilidade de demissão por justa causa - declarou o governador, durante entrevista coletiva na noite deste domingo. - O TRT decidiu que a greve é a abusiva, totalmente ilegal. Hoje não tem discussão, ela é totalmente ilegal. O TRT definiu o índice do dissídio e a proposta adotada foi a do Metrô. Então, não tem o que discutir. Quero fazer uma convocação para que os metroviários voltem a trabalhar - disse o governador no domingo. Na tarde de domingo, o presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino Prazeres, disse que a categoria tem apoio popular e que não era intenção ter greve até a Copa.

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Fonte: Vooz �|� Publicado por:
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