Piaui em Pauta

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No Piauí

No Piauí, se medalha fosse chocalho, ninguém dormia!

Publicada em 21 de Outubro de 2011 �s 12h29




Danilo Damásil

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 A volta!

"Não fale o nome dela perto de mim… Não fale porque se não… Eu beeeeeebo de nooooovo!" Este início de coluna não é nada mais nada menos do que o começo da música “Um Ébrio a Mais”, do Lindomar Castilho. A mais bonita que ele já fez, a mais bonita que ele já cantou e, pra mim, a mais bonita do cancioneiro popular (Ei, psiu, garçom, traz mais uma Nova Skin e um prato de torresmo, que eu preciso escrever a minha coluna, por favor! Brigado!).
Apois bem! Esta música tem sido a sonoplastia da saudade que eu sinto deste espaço. Muitas vezes pensei em voltar. Desisti. Pensei novamente…O certo é que estou aqui hoje. Se até as andorinhas voltaram, eu também voltei!
Neste período em que a inspiração me abandonou, talqualmente político abandona o eleitor depois da eleição, não esqueci, entretanto, de continuar observando os fatos com os olhos bem abertos, feito cachorro quando acua alma, e com as orelhas alevantadas, feito jumento quando se prepara pra morder!
Lá vou eu!

Comendas!

O governador Wilson Martins deu um cala-boca na oposição e nos pessimistas que insistem na cantilena de que no Piauí nada prospera. Prospera, sim! No Piauí, tem uma indústria que anda mais adiantada e pra frente do que bacia de cego e pára-choque de Toyota.
Ela se instalou no Estado no governo Mão Santa, se consolidou no governo petista e tem se expandido no governo do Wilson Martins: é a indústria das medalhas!
E todo mundo ganha medalha. Quem fez é medalhado, quem não fez também; quem refez é medalhado, e quem desfez também; quem ainda não fez é medalhado, e quem não vai fazer, também. No Piauí, se medalha fosse chocalho, ninguém dormia!

Eu, o Salomão!

Já contei aqui, neste espaço, que na minha casa somos muitos irmãos. Mais ou menos iguais aos irmãos da família Paes Landim: todos muito feios e cada qual mais sabido que o outro. Mas, enquanto o que agradava os Landim era voto, lá em casa, festa mesmo era quando a mamãe comprava um pote de sorvete da Maguary Kibon. Eu era o divididor-mor da casa. Somente eu tinha as manha de dividir um pote de 1 litro de sorvete por 7, deixando todo mundo satisfeito e eu com o último e maior pedaço.
Depois, me especializei em divisão de conta de mesa de bar. Os outros enchiam a lata, e eu sempre achava um jeito de dividir a conta e recolher o dinheiro de formas que a minha parte já viesse embutida na parte dos outros.

Divide ou não?

Então, devido a minha arte apurada em dividir as coisas, fui convocado para opinar sobre a idéia da divisão do estado do Piauí. Primeiro, eu acho que dividir o Piauí em dois é mesmo que dois careca tarem brigando por um pente. Mas, como fui convocado como profissional que sou, não posso me furtar ao dever de me manifestar sobre assunto, com toda a minha esclepcência, processualística e colpocitologia. A minha metodologia de trabalho começa levando em conta de que tudo na vida é igual a LP, tem o lado A e o lado B. Então, cuidei logo em levantar o lado bom e o ruim da proposta.
O lado bom da divisão era que ia surgir do lado de lá, no Gurguéia, uma Agespisa novinha, um Detran novim, uma Cepisa novinha, uma Secretaria de Educação e uma de Saúde novinhas... só coisinha boa que dá dinheiro, e com cargos disponíveis, começando do secretário até bater no porteiro. Só assim, conseguiria empregar todos os parentes do senador Ciro Nogueira, da deputada Flora Izabel, do Merlong Solano e, depois de empregada toda a parentela, talvez eu pudesse realizar o meu antigo sonho de ter o meu DASzinho.
O lado ruim é que se separar o Piauí perde, de uma lapada só, quase 2/3 de seu território, a barragem de Boa Esperança, toda a região dos cerrados e os Parques Nacionais da Serra da Capivara e da Serra das Confusões. E deixar o Gurgueia sozinho também não iria dar certo. Pra desenvolver os cerrados, foi preciso trazer gente do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. As riquezas minerais existentes por lá, como diamantes, níquel e ferro tão sendo exploradas por empresas de outros bandas.

Meu veredicto

Diante deste impasse de saber se é melhor separado ou junto, é que eu cheguei ao veredicto: é melhor separado!!! Mas não só em dois!! Devemos ir mais longe e entender o que deve ser entendido: não temos e nunca tivemos vocação para ser estado. A bem da verdade, e diante do nosso atraso e falta de perspectivas, durante estes mais de 250 anos de história, o Piauí não passou de um Estado... de calamidade!!!!
O Piauí deve ser rasgado em pelo menos uns cinco pedaços e entregues aos estados vizinhos. Eis o meu plano: pras bandas de Picos, tirando um pedaço grande até a cidade de Dirceu Arcoverde, os pernambucanos podem tomar de conta. Entregar aquela região para o governador Eduardo Campos vai ser a gloria para aquele povo que já vive mesmo na rebarba do estado de Pernambuco há muito tempo! De Petrolina pra cá, eles ampliam a região produtora de frutas. E a exploração mineral eles podem expandir de Araripina, voltando. Do pedaço que der, a partir de Dirceu Arcoverde, até chegar em Barreiras, pelo lado de lá, podem entregar aos baianos. Na Bahia, tem um governador petista forte, o Jaques Wagner, que é amigo da Dilma. Mas é amigo, amigo mesmo!!! Não é amizade feito a do Wellington e a do Lula, que é igual bosta de porco, não serve nem pra adubo!!
Do extremo Sul pro lado do rio Parnaíba, até mais ou menos Floriano, deveríamos entregar para os tocantinenses. No Tocantins, o agronegócio é forte. Eles tem estradas para escoamento, tem armazenagem, eletricidade, política fiscal e a industrialização vai caminhando a passos largos. Este, sim, é um estado que deu certo, nasceu forte e com vontade de crescer.
Do litoral até Campo Maior, devemos entregar aos cearenses. Eles, mais do que ninguém, sabem desenvolver e vender o turismo. É mesmo que eu tá vendo: já, já criam uma rota Parnaíba, Luís Correa, Barra Grande, Jericoacora, Viçosa, Pedro II, Sete Cidades, Delta, voltando pra Parnaíba. Em pouco tempo, vai ficar mais conhecido no mundo do que o alto verão europeu no Principado de Mônaco!
E, pra garantir que o projeto de retalhamento do estado vai ser aprovado, o Sarney precisa levar alguma coisa. Então, o que sobrar, Teresina, inclusive, podemos entregar pra professora Socorro Waquim, que mora bem aqui em Timon, e é afilhado da governadora Roseana.
Como dizia o senador João Lobo, também conhecido entre os políticos de sua geração como João do Pulo, “O Piauí tem Jeito, Sim!”
Taí o jeito!

Tags: No Piauí, se medalha - Danilo Damásio

Fonte: GP1 �|� Publicado por: Da Redação
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