A poucas horas de um grande ato — convocado também em outras cidades do país — contra a Copa do Mundo, o comandante do Batalhão de Choque (BPChq) da Polícia Militar do Rio, André Luiz Araújo Vidal, disse que a unidade não vai mudar a forma de atuação nos protestos esperados para acontecer até o término do Mundial. A afirmação foi feita nesta quinta (15), um dia antes do fim do treinamento ministrado por agentes do FBI, para controle de distúrbios civis. Guardas municipais e bombeiros também participaram do curso. Vidal, no entanto, negou a intervenção das categorias em manifestações violentas.Simulação do Batalhão de Choque realizada nesta quinta (Foto: Gabriel Barreira / G1)
"Em cima da Copa do Mundo, nós não vamos mudar o "modus operandi" [modo de operação, em latim]. O treinamento foi, sim, para um aprimoramento. Um bom profissional se faz em detalhes", afirmou o comandante do BPChq.
O treinamento foi precedido por uma rápida demonstração de como devem ser feitas as detenções de manifestantes que se envolvam em atos de desordem durante os protestos. Segundo Vidal, a simulação foi feita de forma improvisada porque boa parte do efetivo estava nas ruas à espera do protesto que marcado para as 16h no Centro da cidade.
Questionado se o ato pode ser encarado como um teste para a corporação, que teve o uso excessivo da força questionado pela Anistia Internacional, o comandante da unidade limitou-se a dizer "Quem sabe?".
Treinamento durou uma semana
De acordo com a corporação, o período de testes funcionou como um intercâmbio das polícias brasileira e americana com espaço para discussão, inclusive, entre a diferença de legislação dos países. Apontado como um país com "expertise" em munições não-letais, o Brasil não terá grandes novidades em equipamentos.
Policiais civis, militares, guardas municipais e bombeiros participam de exercício prático do Curso de Controle de Distúrbios Civis na sede do Batalhão de Choque, no centro do Rio de Janeiro (Foto: Marcos de Paula/Estadão Conteúdo)