Imigrantes subsarianos escalam cerca metálica que divide Marrocos do enclave espanhol de Melilla
Imagem: ReproduçãoClique para ampliarImigrantes subsarianos escalam cerca metálica que divide Marrocos do enclave espanhol de Melilla Cerca de dois mil imigrantes subsaarianos tentaram nesta terça-feira saltar a cerca fronteiriça que separa o Marrocos do enclave espanhol de Melilla e em torno de 500 conseguiram entrar na cidade, segundo as autoridades locais.
— Vinham em ondas para saltar a cerca de sete metros de altura e 11 quilômetros de largura — explicou o presidente da Cidade Autônoma de Melilla, Juan José Imbroda, à rádio pública RNE. — Um trecho da cerca, exterior, foi derrubado durante a ofensiva. As autoridades marroquinas colaboraram bastante. Também houve uma grande mobilização da guarda civil. Mas era difícil de parar.
Os imigrantes que conseguiram cruzar a fronteira se dirigiram posteriormente ao Centro de Estadia Temporária de Imigrantes (CETI) de Melilla, um centro de acolhida governamental, já lotado. Alguns foram tratados por ferimentos leves na enfermaria do CETI, segundo o porta-voz da delegação do governo em Melilla.
De acordo com denúncia da ONG Prodein, forças de segurança marroquinas golpearam os imigrantes que chegaram ao território espanhol. O Ministério do Interior alertou para a situação do centro de acolhimento, que segundo ele está no limite.
— Já havia 2 mil acolhidos, embora a capacidade seja para 480 — explicou Juan José Imbroda nesta quarta-feira. — Imagine então o grande problema que vamos encontrar esta manhã, com mais 500, além dos dois mil que já estão lá.
Após o novo ataque, o secretário de Estado de Segurança, Francisco Martínez, anulou uma viagem prevista nesta quarta-feira às Ilhas Baleares para se dirigir a Melilla.
Nos últimos meses, a pressão migratória se intensificou sobre Melilla, a única fronteira terrestre entre a África e a União Europeia junto com Ceuta, outro enclave espanhol na margem marroquina do estreito de Gibraltar.
No dia 18 de março, cerca de 500 imigrantes conseguiram entrar em Melilla, no ataque mais importante desde 2005 neste enclave. Em 6 de fevereiro, 14 imigrantes morreram afogados quando tentavam chegar a nado ao território espanhol.