A decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN), de manter o centro da meta de inflação em 2015 e 2016 em 4,5%, foi tomada porque a economia brasileira vem apresentando “condições sólidas” em vários cenários macroeconômicos, afirmou nesta quarta-feira (25) o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland.
“Estamos experimentando um quadro de inflação mais benigno este ano, especialmente em relação aos alimentos”, afirmou. A taxa oficial da inflação brasileira é medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE. O secretário afirmou não ver ameaça de alta neste índice por causa do custo de vida, porque a inflação atravessa um quadro mais benigno neste ano, particularmente na cesta de alimentos. Os alimentos e bebidas respondem por 30% do IPCA.
Holland lembrou que a inflação dos alimentos continua caindo, mesmo com a seca em algumas regiões dos Estados Unidos e no Centro-Sul do Brasil, o que se refletiu no IPCA, que recuou caiu para 0,46% em maio, após atingir 0,92% em março.
Juros do BNDES
O CMN também resolveu manter a taxa de juros de longo prazo (TJLP) em 5% ao ano para o terceiro trimestre de 2014. A taxa é utilizada usada nos financiamentos de longo prazo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
“As condições, sejam de risco internacional ou internas, se mantiveram do segundo para o terceiro trimestre a ponto de sustentar a mesma taxa”, disse o secretário.
Crédito rural
Na área agrícola, o conselho tomou ainda duas decisões. Foi anunciada a definição dos encargos para as operações de custeio e de investimento contratadas por produtores de maior porte na região da seca. “Essas normas são um complemento ao plano Safra, anunciado no mês passado”, esclareceu o coordenador-geral de Crédito Rural e Normas da Secretaria de Política Econômica, Francisco Erismá.
Segundo o coordenador-geral, também foi criada uma nova linha de crédito, com foco regional. O novo Pronaf Produtivo Orientado irá possibilitar o acesso a crédito com assistência técnica. “O beneficiário vai poder contar com um montante para pagar a assistência técnica de R$ 4.500 - para operações contratadas na região Norte - e de R$ 3.300 para as operações contratadas nas demais regiões”, explicou.