Piaui em Pauta

-
-
Dilma manda, e Barbosa desment

Dilma manda, e Barbosa desmente mudança no reajuste do salário mínimo.

Publicada em 03 de Janeiro de 2015 �s 16h47


 BRASÍLIA - O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, disse nesta sexta-feira que o governo vai mudar a regra para o reajuste do salário mínimo, mas garantiu que o salário mínimo continuará a aumentar acima da inflação até, pelo menos, 2019. Em sua primeira entrevista no novo cargo, Barbosa informou que o governo mandará ao Congresso Nacional um projeto de lei que criará a nova política de correção do rendimento básico do brasileiro.

» Siga-nos no Twitter



Ele não detalhou a proposta nem quando será enviada, mas explicou que as medidas que mudam as regras dos programas de seguro-desemprego, abono salarial e da Previdência garantirão a manutenção do aumento real.

— Vamos propor uma nova regra para 2016 a 2019 ao Congresso Nacional nos próximos meses. Continuará a haver aumento real do salário mínimo — frisou.— São medidas que corrigem alguns excessos para que outros programas continuem como, por exemplo, a continuação da elevação do salário mínimo. A regra de que o salário mínimo tem de ser corrigido pela inflação mais o crescimento de dois anos anteriores vale apenas para este ano. Por isso, o governo já editou um decreto que eleva o ganho básico para R$ 788.

Na entrevista, Nelson Barbosa afirmou que, para continuar a aumentar o salário mínimo, é necessário fazer ajustes. Além do corte dos benefícios, ele lembrou de outros que já começaram, como o aumento da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) e das restrições às condições de empréstimos por parte do BNDES.

Segundo ele, essas medidas darão resultados rapidamente e farão a estagnada economia voltar a crescer. No entanto, ele evitou se comprometer com prazos.

Para Barbosa, a economia brasileira absorverá os impactos das correções e dos ajustes em andamento. E isso restaurará a confiança, fará atividade responder e aumentará o investimento.

Barbosa afirmou também que será preciso fazer ajustes na política econômica para recuperar o crescimento a partir de 2015. Para isso, destacou ele, será preciso adotar medidas que terão “impactos restritivos”, mas que serão necessários para que o governo atinja seu objetivo. Os ajustes, segundo o ministro, passam por um aumento do resultado primário e por medidas de redução da inflação.

— Agora temos uma nova fase na qual é necessário recuperar o crescimento da economia com elevação gradual do nosso resultado fiscal e redução da inflação. Para atingir esses objetivos serão necessários alguns ajustes na política fiscal, que, apesar de seus eventuais impactos restritivos no curto prazo, são necessários para recuperar o crescimento da economia nos próximos quatro anos — disse Barbosa na transmissão de cargo no Ministério do Planejamento, acrescentando:

— Ajustes nunca são um fim em si mesmos. São medidas necessárias para o crescimento da economia que é condição indispensável para continuar o nosso projeto de desenvolvimento econômico e social.

Para o novo ministro, com uma política de gastos públicos mais apertada, a tendência é que a inflação caia.

— Toda a equipe econômica partilha do compromisso de trazer a inflação para o centro da meta no prazo adequado, segundo o ministro Tombini (Alexandre Tombini, presidente do Banco Central), até o fim de 2016, e nós vamos dar nossa contribuição para isso.



Barbosa evitou criticar a política fiscal que foi conduzida pela equipe econômica do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff. Ele afirmou apenas que o governo adotou medidas que foram importantes para recuperar a atividade econômica durante a crise mundial, mas que essa política já cumpriu seu papel:

— A política fiscal teve papel importante ao absorver os choques econômicos e fazer a redução temporária do nosso superávit primário. Ela cumpriu o papel que lhe foi posto e atingiu o seu limite.

PUBLICIDADE


PROJETOS DE INFRAESTRUTURA MAIS ATRAENTES

Barbosa também afirmou que vai trabalhar pelo aumento dos investimentos em infraestrutura no país. Segundo ele, isso vai passar pela seleção de projetos que estimulem o capital privado e atendam às demandas dos usuários finais dos serviços. E adiantou que os ganhos de produtividade serão repassados às tarifas cobradas dos consumidores:

— Darei prioridade a ações que ampliem a atratividade dos projetos de infraestrutura para o capital privado ao mesmo tempo em que preservem os interesses dos consumidores finais dos serviços. Essa combinação requer o estabelecimento de parâmetros adequados para o investimento e a garantia de que parte dos ganhos de produtividade será repassada para as tarifas de cada serviço — disse.

Barbosa disse que o governo avançou muito nos últimos anos, mas ainda há muito a ser feito na área de infraestrutura. O novo ministro disse que o país precisa aumentar a produtividade, sobretudo em um contexto de competição internacional cada vez mais acirrada. Ele observou, porém, que a carência de infraestrutura não é justificativa para se fazer investimentos a qualquer preço.

— Nosso desafio é avaliar e viabilizar os projetos de investimento de forma justa, com foco em sua eficácia e eficiência, mas sem perder de vista que precisamos de mais infraestrutura agora. O equilíbrio entre esses dois polos, entre a urgência do investimento e o custo e qualidade dos projetos, é o maior desafio que se coloca ao governo, não só ao Executivo, mas também a todo sistema de supervisão e controle do Estado brasileiro — disse.

Barbosa afirmou ainda que o governo aumentará a participação privada no financiamento dos projetos de infraestrutura e fortalecerá a transparência e os instrumentos de controle.

— Para isso, contamos com a parceria do TCU e com o aperfeiçoamento nos marcos legais de compras governamentais, regulação e licenciamento — disse

MAIS EFICIÊNCIA PARA O ESTADO

Barbosa disse ainda que o aumento da eficiência do Estado também é uma das competências básicas do Ministério do Planejamento e parte importante da agenda de desenvolvimento dos próximos anos. Ele prometeu continuar e reforçar o trabalho de simplificação e desburocratização das ações de governo, agregando tecnologia e inovando nos processos de trabalho.

— O governo tem que se modernizar continuamente, incluir mais tecnologia para ganhar produtividade, melhorar o planejamento de suas ações, focar na melhoria da qualidade dos serviços prestados aos cidadãos e do ambiente de negócios para as empresas — afirmou Barbosa, que lembrou o lançamento de ações como o Portal Único de Comércio Exterior, a integração de sistemas informatizados do governo federal e a implantação do E-social (com a unificação das declarações para Previdência, FGTS e Receita).

O ministro lembrou que, neste ano, caberá ao Ministério do Planejamento coordenar e elaborar o Plano Plurianual (PPA) para o período 2016-2019, com a definição da estratégia de desenvolvimento de médio prazo para o Brasil. Segundo ele, será dada prioridade à revisão de processos de trabalho, à avaliação de resultados e à ampliação da transparência e da participação da sociedade.

— Faremos uma ampla análise de todos os programas de governo, avaliando os resultados dos PPAs anteriores e buscando definir as políticas públicas adequadas à nova realidade do país. A palavra de ordem é melhorar a qualidade do gasto público, sempre orientado para uma estratégia de desenvolvimento com redução das desigualdades sociais e regionais — disse Barbosa.

Ele disse que o governo gará todo esforço para melhorar a formação e qualificação dos servidores públicos, bem como as suas condições de trabalho, e manterá o diálogo aberto com todas as carreiras.

— Buscaremos equilibrar as justas demandas dos servidores com a nossa capacidade financeira — disse.

Sobre o fato de o ano de 2015 começar sem o orçamento aprovado, Barbosa disse que isso não acelera e nem atrapalha os gastos da União. Para ele, o efeito é neutro. No entanto, disse que espera uma aprovação rápida porque sem o aval dos parlamentares, a política de gastos fica restrita às normas mais rígidas.

— Atrapalha um pouco, mas é uma prerrogativa do Congresso. Espero que o Congresso aprove o orçamento na volta aos trabalhos.

Questionado sobre esperadas novas medidas para a contenção dos gastos, foi sucinto:

— Não há nada ainda planejado — disse o ministro do Planejamento.



Tags: Dilma manda, e Barbo - BRASÍLIA - O ministr

Fonte: globo �|� Publicado por: Da Redação
Comente atrav�s do Facebook
Mat�rias Relacionadas
Publicidade FIEPI
Publicidade FSA
Publicidade Assembléia Legislativa (ALEPI)