Piaui em Pauta

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Documentário OIho Nu encara vida e carreira de Ney Matogrosso

Publicada em 17 de Maio de 2014 �s 09h48


 Imagem: Nem tão Bossa Nova nem Tropicália, difícil explicar a identidade musical do ícone brasileiro Ney Matogrosso. Por isso, “Olho Nu” é um documentário à altura de seu objeto. Desmistificador, revela as múltiplas identidades de Ney de Souza Pereira, vulgo Ney Matogrosso. Dirigido pelo documentarista Joel Pizzini (“Mr. Sganzerla – Os Signos da Luz”), o registro vai em busca de todos os percalços da vida do cantor e ator – da infância aos palcos – na tentativa de descobrir quem é esta pessoa excêntrica por trás das apresentações performáticas para a sua plateia. O humor oscilante, autêntico e circunferencial de Ney vai ao encontro da narrativa – não linear e de livre associações – , fruto de um trabalho minimalista de montagem que encaixa muitas imagens de arquivos, acompanhadas pelas vastas canções (101 ao todo) de seu intérprete, sem ordem cronológica, distanciando-se das amarras de um documentário de formato convencional. Narrado pelo próprio artista, “Olho Nu” faz um giro em vai-e-vem compatível com a sua personalidade. Dotado de uma energia avassaladora e de uma voz rara, é curioso verificar que Ney Matogrosso não se via assim, no entanto. Mato-grossense, filho de militar, queria ser ator. E aos 17 anos caminhou com suas próprias pernas rumo ao Rio de Janeiro para tentar a sorte, onde, dentre os mistérios da vida, encontrou o produtor musical João Ricardo, com quem formou a banda lendária e meteórica Secos & Molhados. A imagem de um show histórico dos S&M num lotado Maracanãzinho é mais que um agrado aos fãs. Diversos encontros artísticos, alguns verazmente clássicos, dão um toque refinado à “Olho Nu”, em especial a parceria com Toquinho. Entre tantos artistas, o Ney camaleônico (sempre se reinventando) também aparece com Cazuza, Chico Buarque, Fagner, Caetano Veloso e Emilinha Borba, dentre outros. Imagem: O cantor camaleão que mistura samba, rock progressivo, bossa nova, também surge constantemente em contato com a natureza – em seu sítio em Saquarema – , onde busca inspiração e serenidade, e interage com o espectador. “Olho Nu” não tem a intenção de definir Ney Matogrosso e nem pretende ser nostálgico. É um registro feito com autenticidade, resultado de quatro anos de pesquisa num vasto arquivo de imagens, que inclui inclusive cenas do cantor filmadas pelo próprio Pizzini em 1988 (para o curta “Caramujo-Flor”), e revela tanto o indíviduo quanto o artista com um alto rigor estético.

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Fonte: Vooz �|� Publicado por:
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