O presidente de Israel, Shimon Peres, recebeu nesta sexta-feira em Jerusalém o secretário de Defesa americano, Chuck Hagel, com quem repassou a atualidade do Oriente Médio, com especial atenção à guerra na Síria, à controvérsia nuclear com o Irã e o conflito com os palestinos. Segundo um comunicado divulgado pela presidência, Peres aproveitou a ocasião para agradecer o apoio dos EUA e afirmar que Washington, como disse o presidente americano, Barack Obama, "não deve ser a Polícia do mundo", mas "o pacificador". "Como presidente de Israel, quero agradecer ao presidente Obama o apoio que dá a Israel. Durante o último ano, nossos laços atingiram níveis nunca vistos até o momento", declarou. "Os problemas que enfrentamos são graves, mas podemos e devemos conduzi-los. O presidente Obama disse que os Estados Unidos não devem ser a Polícia do mundo, e estou de acordo: os Estados Unidos devem ser o pacificador do mundo. Ninguém pode substituí-lo. Suas Forças Armadas estão aí para manter a paz mundial", ressaltou. O secretário de Defesa americano explicou que os EUA continuam comprometidos com a segurança na região e com a ideia de que "tem que estar perto destes eventos para tentar abrir caminhos e levar a paz, a estabilidade e a segurança a todos os povos". "Estamos comprometidos com sua realização", assegurou. Antes de visitar Peres, Hagel foi recebido pelo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, que aproveitou a ocasião para criticar, mais uma vez, o processo de diálogo empreendido pela comunidade internacional com o Irã para tentar neutralizar suas supostas ambições nucleares militares. "Acho que enquanto essas negociações com o Irã continuarem, um objetivo deve guiar a comunidade internacional, e isso deve ser não deixar que o regime dos aiatolás vençam", disse Netanyahu, que insinuou que o governo de Teerã só quer ganhar tempo e tentar enganar. "Não devemos permitir que o Irã, o maior Estado terrorista de nossa era, desenvolva a capacidade de produzir armas nucleares", acrescentou. Netanayahu criticou, além disso, o recente acordo de reconciliação nacional assinado pelo partido nacionalista palestino Fatah e o movimento islamita Hamas. "Os EUA definiu de forma correta ao Hamas como entidade terrorista e é óbvio que os palestinos não podem pactuar com o Hamas e fazer a paz ao mesmo tempo com Israel. Estamos preocupados com o clima de propaganda e provocação contra o Estado judeu em Gaza e nas áreas controladas pela Autoridade Nacional Palestina", disse.