Transtornos causados pela greve dos rodoviários no município do Rio chegam ao segundo dia consecutivo, o terceiro em uma semana. A prefeitura prevê a circulação de apenas 30% da frota de ônibus nesta quarta-feira, o que garante enormes filas nos pontos e ônibus lotados.
Na avaliação do secretário municipal de Transportes do Rio, Alexandre Sansão, a liminar do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), determinando que pelo menos 70% do efetivo total do quadro de rodoviários da cidade voltem ao trabalho, ainda não surtiu efeito. Segundo o secretário, somente 18% da frota estava nas ruas no início da noite desta terça-feira. Se a decisão do TRT for descumprida, o Sindicato Municipal dos Trabalhadores Empregados em Empresas de Transporte Urbano de Passageiros (Sintraturb) está sujeito a multa diária de R$ 50 mil.
Além dos trens, metrô e barcas, outra alternativa para o passageiro conseguir continuar a rotina de trabalho são os transportes alternativos, mas está saindo caro, como aconteceu com a empregada doméstica, Mônica Andrade, de 45 anos. Ela trabalha em Ipanema, na Zona Sul, e só entre o Jacaré e São Cristóvão, ambos na Zona Norte, pagou R$ 7 na van.
— Isso é um absurdo. Ontem eu não consegui trabalhar porque estavam cobrando R$ 10 na van e no Metrô, de tão lotado, não consegui entrar. Hoje, minha patroa pagou minha passagem de ida, mas vou ter que dormir no serviço — reclamou.
O plano de contingência montado pela Prefeitura do Rio conta com o apoio das concessionárias SuperVia, Metrô Rio e CCR Barcas, além do sindicato das empresas de ônibus, o Rio Ônibus. Os transportes circulam com com sua frota máxima e intervalos reduzidos. A Polícia Militar irá repetir a atuação na saída das garagens, nas estações do BRT e nos terminais de ônibus. Além disso, agentes da Guarda Municipal e da CET-Rio vão reforçar a operação nas ruas. A prefeitura ressalta ainda que, nesta quarta-feira, os carros estão autorizados a circular na faixa seletiva da Avenida Brasil e nos corredores BRS da cidade.
A greve de rodoviários chegou à Baixada Fluminense. Funcionários de Nova Iguaçu, Mesquita, Nilópolis, Belford Roxo, Japeri e Queimados, promovem uma paralisação desde o início da madrugada desta quarta-feira, e complica a vida de quem precisa sair da Baixada para chegar ao trabalho.