O braço armado do Hamas pediu nesta quinta-feira (7) que os negociadores palestinos, que estão no Cairo para tentar chegar a um acordo sobre um cessar-fogo definitivo na Faixa de Gaza, não estendam a trégua que está em vigor na região se suas demandas não sejam atendidas.
O grupo disse que está pronto para se envolver em uma longa guerra caso o acordo de cessar-fogo não inclua seus pedidos, em particular, a abertura do porto de Gaza.
“Nós instamos a delegação palestina que está negociando [o cessar-fogo] a não renovar a trégua exceto após a aceitação em princípio [das demandas], em particular a abertura do porto, e se não houver aceitação, em seguida, pedimos à delegação para se retirar das conversas”, disse um combatente do grupo, com o rosto coberto por um lenço palestino, em um comunicado das brigadas Izzedine al-Qassam que foi transmitido pela rede de TV catariana Al Jazeera. A trégua de 72 horas entrou em vigor às 8h desta terça-feira (2h, pelo horário de Brasília).
Negociações
Nesta quinta, os mediadores egípcios trabalhavam contra o relógio para conseguir estender a trégua na Faixa de Gaza entre Israel e palestinos. As negociações são feitas de maneira indireta, já que os dois lados se recusam a reunir-se face a face.
Israel tem demonstrado interesse em concordar com um prolongamento do cessar-fogo, e os mediadores egípcios buscam negociar uma trégua duradoura para a guerra que devastou o enclave controlado pelo Hamas, enquanto os palestinos colocam como condição a interrupção do bloqueio egípcio-israelense e a libertação de prisioneiro detidos por Israel.
Os mediadores buscam estabilizar e estender a atual trégua com um acordo dos dois lados, além de abrir negociações em direção a um acordo permanente de cessar-fogo.
Uma autoridade israelense disse na quarta-feira à noite que Israel "expressou sua disposição para estender a trégua sob os termos atuais" para além de sexta-feira de manhã, quando expira o cessar-fogo de três dias iniciado na terça-feira, respeitado até o momento.
Mas o líder do Hamas baseado no Cairo, Moussa Abu Marzouk, disse: "Se havia uma oportunidade de paz, foi perdida junto com os corpos de nossas crianças e os escombros de nossas casas".
US$ 1,44 bilhão
A guerra de um mês em Gaza teve custo de US$ 1,44 bilhão para a economia de Israel, disse o presidente do banco central israelense, Karnit Flug, nesta quinta.
"A avaliação é de que pode chegar a cerca de 0,5% do PIB, o que é até 5 bilhões de shekels", disse Flug à emissora israelense de TV Channel Ten.