Imagem: Clique para ampliar A Rússia classificou nesta quarta-feira as novas sanções adotadas pelos Estados Unidos e União Europeia (UE) de “destrutivas e míopes”, afirmando que serviriam apenas para agravar os laços entre os dois países, que devido à crise ucraniana já se encontram em seu pior nível de tensão desde a Guerra Fria. De acordo com uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira, a maioria dos russos, no entanto, diz não se preocupar com as medidas restritivas.
“Tais decisões de Washington podem agravar ainda mais a situação das relações entre Rússia e EUA e criar um ambiente extremamente desfavorável nas relações internacionais, em que a cooperação entre nossos Estados desempenha com frequência um papel decisivo”, disse um comunicado do Ministério das Relações Exteriores russo. “As perdas de fato provenientes dessa política destrutiva e míope serão em grande medida tangíveis para Washington”. saiba mais Rússia acusa Ucrânia de bombardeio e uso de armas químicas EUA aprovam mais sanções contra a Rússia por crise na Ucrânia Presidente da Ucrânia pede ajuda a Merkel para solucionar conflito no país Ucrânia denuncia ataques separatistas após cessar-fogo Rússia classifica apoio do G7 à Ucrânia de cinismo sem limites Leia mais sobre Crise na Ucrânia
O levantamento do instituto independente Levada aponta que 58% dos russos dizem não se preocupar com um possível “isolamento do país no cenário internacional” e 61% afirmam o mesmo sobre as “sanções econômicas e políticas” contra Moscou. Para 59% dos entrevistados, as medidas afetam a elite política russa, responsável pela tomada de decisões. Ainda de acordo com a pesquisa, 60% dos russos que vivem nas grandes cidades se opõem à adoção de sanções e considera necessário continuar a cooperação com o Ocidente.
Os EUA e a UE anunciaram na terça-feira novas sanções contra bancos russos, empresas de energia e defesa, em uma ação coordenada contra o que eles chamam de instigação de uma revolta separatista na Ucrânia.
As medidas marcam o início de uma nova fase no confronto entre Moscou e Ocidente, que piorou dramaticamente após a derrubada do voo MH17 da Malaysia Airlines sobre o território ucraniano controlado pelos rebeldes.
O Ocidente acusa separatistas apoiados pelos russos de abaterem o avião com um míssil fornecido pela Rússia, matando todas as 298 pessoas a bordo da aeronave no dia 17 de julho.
Os alvos das novas sanções incluem o Banco VTB, o Banco de Moscou e o Banco de Agricultura da Rússia. Cinco dos seis maiores bancos estatais russos estão agora sob sanções dos EUA.