
O teresinense enfrenta dificuldades para voltar para casa no fim desta sexta-feira (30). Os ônibus não voltaram a circular pelas ruas de Teresina conforme programado pelo Sindicato dos Trabalhadores de Empresas de Transportes Rodoviários do Piauí (Sintetro) ao meio dia. A direção do Sintetro informou que a decisão de não colocar o volume normal de ônibus em circulação foi das empresas de ônibus.
De acordo com o presidente do Sintetro, Francisco Feijão, a decisão de não colocar todos os ônibus para circular surpreendeu até o sindicato. “Não estão todos os ônibus circulando e estamos surpresos com isso. Nem nós entendemos. A informação que tivemos era que ao fim da tarde não haviam ônibus em número suficiente porque as empresas alegaram que não tinha população na rua”, relatou Francisco Feijão.
Na estimativa de Francisco Feijão apenas 20% do total da frota esteve em circulação na tarde e começo da noite desta sexta-feira. “Voltaram em quantidade menor do que a que era normal para uma sexta-feira em Teresina. Ficou apenas 20% circulando hoje”, destacou Feijão. O presidente do Sintetro acrescentou ainda que os motoristas se apresentaram para o trabalho ao meio dia, mas não houve a liberação dos ônibus por parte das empresas.
Maria Clara Medeiro, de 32 anos, trabalha no Centro de Teresina e mora no Bairro Porto Alegre, na Zona Sul. Segundo a administradora, a espera já durava mais de 40 minutos no ponto de ônibus. "Já estou há quase uma hora esperando um ônibnus. Como moro distânte, não tenho nem previsão para chegar em casa", contou.
João Alves é estudante e também teve que ter paciência para conseguir um ônibus. "Eu fiquei na parada pelo menos meis hora, como não passou nenhum ônibus eu fui lanchar e agora vou esperar mais um pouco. Caso eu não consiga ônibus eu vou ter que pegar um táxi ou mototaxi", afirmou.
Enquanto os usuários do transporte público reclamavam, teve aqueles aproveitaram a oportunidade para lucrar. Manoel Vieira trabalha de mototaxista na capital. De acordo com ele, o lucro nesta sexta-feira aumentou pelo menos 70% com a paralisação dos ônibus.
"Fiz uma média de quatro corridas por hora. Desde que o dia começou eu não parei ainda. Pela manhã eram pessoas querendo chegar a tempo no trabalho, já no turno da noite, o desejo dos meus passageiros era chegar em casa. Lucrei pelo menos R$ 200 a mais do que costumo ganhar", disse Manoel Vieira sorrindo.
A Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) informou que monitora desde o começo do dia o número de ônibus em circulação na cidade e que a partir dos relatórios emitidos pelos fiscais poderão haver notificações para os consórcios que atuam na capital. Os relatórios ficam prontos na segunda-feira (3), segundo a Strans. Procurado durante a tarde para se manifestar o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut), não atendeu às ligações do G1.