Publicada em 31 de Agosto de 2012 �s 11h57
Pelotão Mirim da Unidade Escolar Chagas Rodrigues, na Santa Maria da Codipi (Foto:Thiago Amaral)
O trabalho pedagógico, artístico, cultural, esportivo, religioso e de prevenção às drogas, realizado pelo programa Pelotão Mirim da Polícia Militar do Piauí tem feito a diferença na vida de aproximadamente oito mil crianças, entre 7 e 14 anos.
A região da Santa Maria da Codipi é um exemplo de que a prevenção é o melhor caminho. Cerca de 1.300 crianças e adolescentes da localidade participam dos encontros do projeto, que acontecem aos fins de semana. Walisson Martins é exemplo do caráter cidadão que o programa ajuda a formar. “Ingressei no Pelotão Mirim com nove anos de idade. Na época, eu não tinha nenhuma ocupação, era uma criança ociosa e tímida. Mas com a participação no Pelotão fui me envolvendo e perdendo a timidez, demonstrando postura de liderança e isso mudou minha vida”, relembra.
Aos 19 anos, Walisson hoje é instrutor do Pelotão Mirim no Colégio Chagas Rodrigues, concluiu o ensino médio e prepara-se para prestar vestibular para bacharelado em Educação Física. “Sou muito satisfeito por contribuir com esse programa que me deu a oportunidade de aprender novas coisas e desenvolver outras atividades, ao invés de ficar na rua. Terminei o ensino médio e quero cursar educação física”, revela o jovem instrutor.
O presidente do conselho comunitário da região, Reginaldo Rodrigues, enfatiza a importância do trabalho de prevenção às drogas e os frutos que têm colhido. “Há 11 anos o programa é executado aqui. Foi crescendo e hoje já contamos com 13 pelotões. O Walisson Martins e a Ludmila Maria, nossos instrutores, são exemplos do quanto esse trabalho é importante e da oportunidade que ele dá a essas crianças e adolescentes. Assim como eles, muitos não têm tido contato com as drogas, por terem uma formação cidadã bem orientada, pautada na disciplina, no esporte, na cultura”, disse.
Francisca Eduvirgem, mãe de duas participantes do projeto, aproveita para conferir as atividades e garante que o programa foi uma boa solução para o lazer e educação das filhas. “Tenho duas filhas aqui, a Isadora, de 10 anos, e a Iara, de 4 anos. Elas gostam muito daqui e são muito disciplinadas. Este programa também é um lazer, aqui elas praticam esportes e essa é a parte que elas mais gostam”, ressaltou.
Isadora Leão, 10 anos, participa do programa há dois anos. Foi convidada pela atual coordenadora da região, Cláudia Roberta, e sonha em ser policial e ajudar no programa. “Quando eu crescer, quero ser policial. Eu gosto muito do Pelotão, das atividades, das oficinas e esse ano, até trouxe minha irmã de quatro anos”, contou a mirim.
Ronda Cidadão é parceiro do Pelotão Mirim
Assim como o Pelotão Mirim, o Ronda Cidadão também faz parte da polícia comunitária e preventiva. Por conta dessa proximidade de visão, o governador do Piauí, Wilson Martins, sugeriu que o programa tivesse a nomenclatura de Ronda Pequeno Cidadão.
“O governador recomendou a reformulação do nome do projeto. A ideia é fazer associação ao Ronda Cidadão que já é um parceiro do programa, ministrando palestras e nas atividades coletivas”, explica o coronel J. Oliveira, coordenador estadual da Polícia Comunitária e Cidadã da PM.
A meta é que até 2014 tenham sido implantados 100 pelotões em todo o Piauí. Nas cidades de Campo Maior, Angical, Fronteiras, Wall Ferraz e Santa Cruz do Piauí, o programa está em fase de expansão. Para implantar um Pelotão Mirim é preciso a criação de um Conselho Comunitário de Segurança (Conseg), que fica responsável pela execução do projeto na localidade. As etapas seguintes são treinamento dos instrutores, reunião de planejamento e reunião com os pais dos mirins que integrarão o grupo.
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