Publicada em 18 de Agosto de 2015 �s 11h47
Matheus Felipe está iniciando o tratamento de reabilitação intelectual no Ceir. (Foto:Ascom Ceir)
Aos cinco anos de idade, Matheus Felipe, de 12 anos, foi atropelado na porta da escola. Depois de passar 67 dias em coma, o quadro vegetativo do garoto resultou em um diagnóstico pouco esperançoso por parte dos médicos. Mas sua avó, Fernanda Coelho, lutou até o fim pela vida do neto. Ou melhor, até o (re)começo. Matheus Felipe fez tratamento de reabilitação físico-motora durante seis meses no Centro Integrado de Reabilitação (Ceir), em 2009. “Ele passou por todas as terapias que o Ceir oferece para pessoas com deficiência físico-motora. Felizmente, evoluiu rapidamente e obteve alta em pouco tempo. Ainda assim, faz consultas periódicas no Centro, sendo acompanhado pelos profissionais”, conta dona Fernanda. Aos 54 anos de idade, Fernanda Coelho é só dedicação ao neto. Uma das sequelas do seu acidente foi a deficiência intelectual. E, para a felicidade da avó, Matheus está iniciando seu tratamento de reabilitação intelectual também no Ceir. “Quando eu soube do novo serviço, não hesitei. Procurei logo saber o que fazer para que meu neto tivesse acesso o quanto antes a ele. Minhas expectativas são as melhores possíveis e acredito no trabalho dos profissionais envolvidos”, comenta a avó. Tão ansiosa quanto Fernanda estava a dona de casa Ana Paula Sales, 40 anos de idade, ao acompanhar o primeiro dia de terapia do pequeno Caio Vinícius, 2 anos de idade. Ana Paula descobriu que o filho possui Transtornos do Espectro Autista (TEA) quando ele tinha 1 ano e 8 meses de vida. “Eu observava ele mole e lento, com comportamentos diferentes das outras crianças. Então levei ele ao médico e foram diagnosticados autismo e deficiência intelectual nele, todos genéticos. Tive que parar de trabalhar para cuidar dele”, relata Ana Paula. Segundo Ana, dentre algumas dificuldades do filho estão andar, comer e se comunicar. “Acredito que essa reabilitação no Ceir vai ser uma terapia para mim também, um aprendizado para nós dois. Cuidar de uma criança com deficiência não é fácil, é preciso saber como lidar”, desabafa. Reabilitação Intelectual do Ceir Formada por uma equipe multiprofissional, composta por médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, nutricionistas, odontólogos, assistentes sociais, entre outros, a Reabilitação Intelectual do Ceir é dividida em três clínicas: Clínica de Deficiência Intelectual, Clínica de Transtornos do Espectro Autista (TEA) e Clínica de Síndrome de Down. Além disso, o tratamento também oferta oficinas para os pacientes, a exemplo das oficinas de atividades sensoriais e de linguagem, e cursos para cuidadores, acompanhantes ou familiares, para orientações sobre a reabilitação do paciente. A gerente da Reabilitação Intelectual do Ceir, Maria Andréia Marques, explica como ter acesso aos serviços: “As pessoas devem procurar a Unidade de Saúde mais próxima de sua residência e fazer uma consulta com um médico do Programa de Saúde da Família ou credenciado pelo SUS e solicitar o preenchimento da guia de marcação de consultas do SUS. Em seguida, elas devem procurar o setor de marcação de consultas online do SUS no Posto de Saúde ou Secretaria de Saúde do seu município para ser encaminhado para triagem de reabilitação do Ceir”.
No caso de usuários com deficiência intelectual ou TEA, o encaminhamento deverá ser feito por médico pediatra, psiquiatra, neurologista ou neuropediatra da rede pública. No caso de usuários com Síndrome de Down, o encaminhamento poderá ser feito por qualquer médico da rede pública. Na triagem do Ceir, o usuário deve levar laudos e/ou atestados prévios, exames complementares já realizados e relatório escolar. As terapias de reabilitação intelectual do Ceir iniciaram há uma semana e já atenderam, aproximadamente, 40 pessoas.
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