Neymar e Lucas são símbolos desta geração, mas lhes falta experiência para suportar a pressão
Imagem: AFPClique para ampliarNeymar e Lucas são símbolos desta geração, mas lhes falta experiência para suportar a pressãoJogar uma Copa do Mundo como país-sede só aumenta a expectativa em relação ao desempenho da seleção brasileira em 2014. Reza a psicologia do esporte que para lidar bem com toda a carga de ansiedade que envolve a disputa do torneio os jogadores estejam "calejados" e tenham uma bagagem para superar momentos difíceis ao longo dos jogos. Na contramão a este fato, o time que vem sendo montado pelo treinador Mano Menezes é um dos mais jovens da história da seleção em Copas.
Os jogadores convocados para os amistosos contra África do Sul e China terão em média 26,7 anos em 2014. Nem todos estarão no Mundial, mas desde a Copa do Mundo de 1978 a seleção não tem um elenco tão jovem. Naquele ano a média de idade era de 25,5 anos. Mano tem ignorado esta questão e descarta a convocação de jogadores mais experientes somente para apoiarem os mais jovens como Neymar, Oscar e Lucas - que terão 22 anos na Copa de 2014 e dificilmente estarão fora da lista definitiva. saiba mais Lucas recebe promessa de chance como titular. Veja os convocados de Mano Menezes Seleção feminina estreia no Mundial Sub-20 Seleção Brasileira joga nesta quarta (15) contra a Suécia Mano dá indícios de que Alexandre Pato será titular do Brasil na estreia A caminho de Londres, Mano usa Timão e Verdão como exemplos Leia mais sobre Seleção Brasileira de Futebol
“Não é só querer envelhecer ou deixar um time mais jovem. O que importa é ter um desempenho confiável. Podemos ter um time mais jovem e ter bom desempenho e ter um mais velho e não ter. O importante é ter um equilíbrio entre estas questões. Não vou usar isso (idade do time) como desculpa, mas encontraremos as soluções”, disse Mano. “Temos confiança em todos. Não é momento de fazer grandes alterações, se não muda o parâmetro. A base (na Copa) será muito parecida com esta", completou o treinador após o amistoso contra a África do Sul.
Os jogadores mais experientes deste grupo tomam para si a responsabilidade de conduzir os mais jovens, evitando que as críticas recentes os afetem a ponto de interferir em seu desempenho. Daniel Alves, o mais velho da última lista de Mano, é o porta voz dos mais velhos do grupo de Mano. Ele é um dos três que estiveram na última Copa ao lado de Thiago Silva e Ramires.
“Temos uma seleção muito jovem e estamos colocando demasiada pressão numa galera muito jovem. Nós jogadores mais experientes aqui temos de tomar a frente porque sabemos que esses jogadores são os jogadores que vão nos dar alegria, nos levar a conseguir nossos objetivos. Temos de animá-los ao invés de criticá-los porque eles são o futuro da seleção”, disse Daniel Alves, em Recife, antes do amistoso contra a China.
Outro argumento dado pelos brasileiros é que a pressão que eles normalmente sentem em seus clubes os deixara mais fortes para disputar a Copa no Brasil. “Jogar no Brasil aumenta nossa responsabilidade, mas falar em pressão para jogadores que jogam no Real Madrid e no Barcelona, as maiores equipes do mundo, que jogam Libertadores é um pouco demais. Todos lidam com pressão nos seus clubes e sabem lidar bem com isso na seleção também”, disse o goleiro Diego Alves na última semana.
Média de idade dos jogadores da seleção brasileiras nas Copas do Mundo*
1930 – 24,9 anos
1934 – 23,5
1938 – 24,7
1950 – 27,4
1954 – 25,8
1958 – 25,5
1962 – 27,3
1966 – 26,7
1970 – 24,5
1974 – 26,3
1978 – 25,5
1982 – 26,9
1986 – 27,1
1990 – 26,7
1994 – 26,8
1998 – 27,8
2002 – 26,8
2006 – 28,3
2010 – 29,3
2014 ** – 26,7
*médias tomam por base o ano de nascimentos dos convocados
** leva em consideração a lista para os dois últimos amistosos