Piaui em Pauta

-
-
Wilians sofre ippon em dois se

Wilians sofre ippon em dois segundos e fatura a quarta prata do judô no Rio.

Publicada em 10 de Setembro de 2016 �s 23h41


O trauma de ter perdido a medalha em Londres ficou no passado. Wilians de Araújo quase desistiu do judô depois dos Jogos de 2012. Sorte do Brasil que o gigante de 1,90m e 135kg persistiu, cresceu no ciclo paralímpico do Rio de Janeiro e conquistou o tão sonhado pódio. O garoto que cresceu no Complexo do Alemão e ficou cego após um acidente doméstico só queria ter oferecido mais resistência para o uzbeque Adiljan Tuledibaev. O atual campeão mundial precisou de apenas dois segundos para se tornar também campeão paralímpico.
- Não tem como esquecer essa final. Tenho que aprender com meus erros. Eu estava concentrado, mas não esperava que ele fosse entrar no momento que andei para trás. Eu sou B1 (cegueira total), ele é B3 (menor grau de deficiência visual). Ele foi feliz. Mas eu vim para fazer história e fui feliz. Nada vai tirar o brilho dessa medalha, minha primeira em Paralimpíadas. Foi a concretização de um trabalho que envolve muitas pessoas, que acreditaram em mim e me incentivaram. Ganhei não só por mim, mas por todos eles. Coroou meu ciclo. Ganhei medalhas em todas as competições internacionais. Essa prata foi o pico desse ciclo - contou Wilians.

» Siga-nos no Twitter

Número 1 do ranking mundial, Wilians se impôs nos confrontos rumo à final. Foi ippon sobre o iraquiano Garrah Albdoor na estreia. Na semifinal, mais um lindo ippon no cubano Yangaliny Jimenez em uma revanche do Parapan-Americanos de 2015 - o rival é o atual vice-campeão mundial. Só que na decisão foi a vez dele de ir ao chão.

A derrota relâmpago na final não diminuiu o orgulho de Wilians. Ele honrou o pedido do irmão Wellington, que há quatro anos o pediu para persistir na carreira e não desistir depois de ter perdido a disputa do bronze em Londres.
- Essa medalha vai me dá mais confiança. Ainda não tenho dimensão do que consegui fazer. Vou curtir essa medalha primeiro, mas me dá mais combustível para quem sabe buscar o ouro em 2020. É uma possibilidade - disse Wilians.
Nascido em Riachão do Poço, município de 3,5 habitantes no interior da Paraíba, ele se mudou para o Rio com cinco anos de idade. Na Cidade Maravilhosa, a família fincou raízes no Complexo do Alemão, uma das áreas de menor índice de desenvolvimento humano do país. Entre idas e vindas entre Rio e Paraíba, Wilians perdeu a visão em um acidente doméstico. No fatídico dia, ele brincava com uma espingarda do pai quando a arma disparou contra o seu próprio rosto.
Wilians conheceu o judô no Instituto Benjamin Constant em 2008. No início, a intenção do futuro atleta paralímpico era ter apenas um ganho de saúde. No entanto, o crescimento na modalidade veio de uma forma progressiva. Em pouco tempo, o paraibano já estava na seleção brasileira e, em oito anos de carreira, ele acumula um ouro por equipes e um bronze individual em Mundiais (ambos em 2014), um ouro no German Open (2016), além de duas medalhas de prata em Jogos Parapan-americanos (2011 e 2015). Agora também pode colocar no currículo a prata do Rio de Janeiro.
Tags: Wilians sofre ippon - O trauma de ter perd

Fonte: globo �|� Publicado por: Da Redação
Comente atrav�s do Facebook
Mat�rias Relacionadas
Publicidade FIEPI
Publicidade FSA
Publicidade Assembléia Legislativa (ALEPI)